TURISMO: O REVITALIZADOR DA ECONOMIA
Hotéis distinguidos em vários fóruns internacionais, praias consideradas as melhores do mundo, restaurantes reputados e com estrelas Michelin, cidades eleitas como destinos de excelência.
Portugal está na moda e disso já ninguém tem dúvidas. Basta passear pelas ruas de Lisboa ou do Porto, andar pelas praias do Algarve ou da costa vicentina e percebe-se que o turismo fervilha. Os negócios associados ao setor não param de crescer, as novidades encontram-se a cada esquina. É, assim, cada vez mais verdade a afirmação que em 2013 fez o ministro da Economia António Pires de Lima: “O Turismo é o campeão da economia nacional.” E num país a braços com austeridade, cortes e desemprego há já vários anos, o Turismo tem mesmo sido a exceção e o dado positivo que o Governo foi fazendo questão de salientar. Em setembro, os dados do INE mostravam mais uma vez que o saldo comercial português continuava a ser positivo na comparação dos valores totais de importações e exportações. Um valor de 0,2% do PIB que aconteceu muito graças às variações de preços e ao crescimento do turismo. O crescimento do turismo tem sido um dado constante nos últimos anos em Portugal. O Governo tem tentado dar uma ajuda. Na tutela do secretário de Estado Adolfo Mesquita Nunes, a “guerra” tem sido contra a burocracia, e a missão principal, a promoção de Portugal e a busca por novas oportunidades que possam garantir o crescimento do setor nos próximos anos. Pelo meio foram surgindo algumas areias na engrenagem, como o aumento do IVA na restauração para os 23% e algumas taxas que municípios como Lisboa foram introduzindo. Recentemente, o presidente do Turismo de Portugal disse contar que a época turística batesse novos recordes em 2015, dada a “qualificação gradual, mas segura”, da atividade e a melhoria da posição competitiva do país no contexto internacional, segundo os dados disponíveis até setembro, adiantou Cotrim de Figueiredo à Lusa. “Estamos a crescer ao dobro do ritmo de Espanha no que diz respeito aos elementos quantitativos e a crescer muito mais nos elementos qualitativos, com progressões que chegam a atingir quatro a cinco vezes aquilo que se passa no país vizinho”, destacou.
A pensar no futuro
Como resultado da evolução que se tem verificado, o Turismo de Portugal antecipou para 2015 “novos máximos a nível das receitas capturadas pela atividade” e, designadamente, a nível do saldo da balança turística. É que, referiu o presidente daquela entidade, a diferença entre as receitas deixadas pelos estrangeiros que vêm a Portugal e os gastos dos portugueses que vão ao estrangeiro, que até junho estava a crescer “perto de 17%”, “se mantiver este ritmo, permitirá ultrapassar a barreira dos 8 mil milhões de euros de saldo da balança turística nacional do ano”. Entre as últimas distinções para Portugal destacam-se os World Travel Awards – os óscares da indústria do turismo, divulgados dia 5 de setembro na Sardenha – que distinguiram 14 unidades hoteleiras portuguesas. O Conrad Algarve foi considerado o Europe’s Leading Luxury Resort & Spa pelo terceiro ano consecutivo. O Vila Joya trouxe o prémio de Melhor Boutique Hotel e o Hotel Quinta do Lago recebeu a distinção de Melhor Resort de Praia. A lista segue com o Choupana Hills Resort & Spa, Melhor Boutique Resort; Myriad by Sana Hotels, Melhor Hotel para Negócios; The Vine Hotel, Melhor Design Hotel; Corinthia Hotel Lisboa, Melhor Hotel Ecológico; Bairro Alto Hotel, Melhor Hotel Icónico (landsmark); Monte Santo Resort, Melhor Resort Romântico. Houve ainda distinções noutras categorias. O Turismo de Portugal foi considerado o melhor da Europa, a TAP, Melhor Companhia Aérea a voar para África e América do Sul, e a revista Up Magazine TAP, como melhor revista a bordo.
Indústria dos cruzeiros
Outra área muito importante para Portugal nesta matéria do turismo é a indústria de cruzeiros. Para os próximos cinco anos está prevista uma taxa de crescimento média de 10% ao ano: mais 50% em 2020. Um crescimento que se refletirá quer em número de visitantes quer em montante de receitas, o que, a concretizar-se, proporcionará ingressos na casa dos 375 milhões de euros em 2020. Já em 2015, é estimado que os turistas de cruzeiro que chegam ao Porto de Lisboa deixem 100 milhões de euros para a economia nacional, sabendo-se que cada um gasta cerca de 200 euros no dia e meio que passa, em média, na capital. Nos primeiros seis meses deste ano, o porto da capital aumentou em 9,45% o número de passageiros, que atingiu os cerca de 194 mil passageiros de cruzeiro. Mas o aumento do turismo tem aumentado também o movimento nas grandes cidades, o que provoca alguns constrangimentos junto das populações locais. Talvez por isso, Paulo Portas disse ainda em setembro que “dizer que há turistas a mais é dar um pontapé na criação de riqueza e não querer receber o mundo”. E lembrou que no primeiro semestre de 2015 as dormidas no país aumentaram 7,3% e que as receitas turísticas subiram 12,2%. “Os turistas deixam 25 milhões de euros por dia em Portugal. Quem anda aí a dizer que há turistas a mais devia apontar fontes alternativas de receitas. O país não está em condições de desperdiçar esses recursos”, sublinhou Paulo Portas.