ÁGUA

A TERRA FICARÁ COM SEDE

 

Os grandes monopólios existentes no sector da água arrecadam lucros impressionantes todos os anos. No futuro, os rendimentos ainda serão maiores.

Em 2075, o número de pessoas com falta de água oscilará entre os 3 e os 7 biliões de pessoas, segundo o Quinto Fórum Mundial de Água. Desde 1900 que metade das terras húmidas existentes desapareceram, e sendo a maior parte de água no mundo salgada (97,5%), urge a tomada de medidas neste sector. A escassez de água está estritamente relacionada com o aumento populacional – o qual será, segundo a ONU (Organização das Nações Unidas), de 9100 biliões de pessoas já em 2050, quando actualmente somos 6800 biliões –, com as alterações climáticas e com a utilização inadequada deste bem precioso na agricultura. Este aumento populacional sentir-se-á mais nos países em vias de desenvolvimento e nos países com economias emergentes, particularmente em África e na Ásia. E é precisamente nestes países que 70% dos resíduos industriais não tratados são depositados nas águas, poluindo o fornecimento de água potável. Assistimos a uma crise no acesso a um dos bens mais elementares e cruciais à vida humana: a água. A procura anual tem-se situado nos 64 mil metros cúbicos. Aproximadamente 70% desta procura é usada na irrigação de terras, sendo que este consumo de água não é sustentável, esgotando reservas de aquíferos subterrâneos e degradando os ecossistemas. Por exemplo, para se produzir 1 kg de arroz gasta-se, em média, 2400 litros de água. Se se utilizasse o método de lavragem mínima, este gasto de água poderia diminuir. Já para se produzir 1 kg de carne são utilizados entre 5 mil e 20 mil litros de água. Um dos exemplos mais impressionantes da redução drástica de água, devido às grandes quantidades utilizadas na irrigação, é o Lago Chade. Se compararmos a situação deste lago em 1963 e em 2001, constatamos que está praticamente seco.        

É de suma importância a construção e desenvolvimento de métodos que assegurem este bem tanto para as pessoas como para os ecossistemas, os quais garantem o provimento de água. O que está em causa é o nosso acesso à água, por cada um de nós, sendo que este é um dos nossos mais básicos direitos.(…)