ARTE EQUESTRE

Picadeiro_Henrique_Calado_creditos_PSML_Bruno_Barata (4)REVIVER A HISTÓRIA

A Escola Portuguesa de Arte Equestre (EPAE), gerida pela Parques de Sintra – Monte da Lua, apresenta espetáculos e treinos abertos a todo o público no Picadeiro Henrique Calado, na zona de Belém.

O Picadeiro Henrique Calado (na Calçada da Ajuda, em Belém) passou a ser, desde Julho passado, palco de apresentações semanais de arte equestre. O público pode agora assistir a treinos, bem como a espetáculos semanais e galas. Nos treinos é possível assistir ao trabalho de ensino que é realizado diariamente pelos cavaleiros e durante os espetáculos serão apresentadas diversas coreografias e exercícios, tais como carrossel, rédeas longas e ares altos, ao som de música especificamente selecionada para o efeito. Nas galas, marcadas em datas especiais, o espetáculo é mais alargado e inclui a apresentação de diversos números acompanhados por efeitos de luz e som, que enriquecem o cenário. A Parques de Sintra – Monte da Lua, S.A. (gestora da Escola Portuguesa de Arte Equestre desde setembro de 2012) assinou em 2014 um protocolo com o Estado-Maior do Exército Português para requalificação e utilização deste picadeiro, de forma a albergar com dignidade os espetáculos, promovendo o regresso desta arte nacional à sua zona de origem, Belém. Neste sentido, com um investimento de aproximadamente 1355 mil euros, cofinanciado pelo POR Lisboa, o espaço foi amplamente requalificado, procedendo-se à adaptação de todo o interior, recuperação das fachadas e da cobertura, dotando o edifício das infraestruturas necessárias. O projeto, com intervenção numa área de cerca de 2200 metros quadrados, abrangeu três vertentes: acolhimento de público, com a instalação de duas bancadas para cerca de 300 pessoas (incluindo camarote), bilheteira, cafetaria, loja e instalações sanitárias; área técnica, com a criação de um espaço para cavaleiros, funcionários e pessoal de apoio, bem como régie para acompanhamento dos espetáculos (em termos de som e luz); instalações sanitárias, balneários e arrumos; e picadeiro, criando-se um espaço central de espetáculos, para acolher os cavalos tanto para treinos como para eventos; e ainda uma zona de espera para os cavalos, com acesso direto a partir da Calçada da Ajuda. Adicionalmente, foram instaladas boxes para os cavalos nas cavalariças conhecidas como Cocheiras da Rainha, localizadas no Páteo da Nora, e um picadeiro de aquecimento coberto. Além da histórica associação desta zona da cidade à arte equestre, quer de cariz militar quer de serviço à Casa Real, Belém é também uma zona de grande interesse turístico, o que permite maior visibilidade e acesso dos visitantes às diferentes propostas da Escola Portuguesa de Arte Equestre. Visitar o Picadeiro Henrique Calado é a oportunidade de viajar na história nacional, vivendo momentos que se perpetuaram na beleza dos cavalos lusitanos da Coudelaria de Alter, utilizados nesta arte desde o século XVIII, na realização de exercícios de equitação clássica, exercícios de equitação do período Barroco e exercícios dos Jogos de Corte (torneios praticados entre os séculos XVI e XIX, em ocasiões festivas). Os trajes e arreios, sejam de trabalho (treinos diários), sejam de gala (apresentações semanais e espetáculos de gala), são os mesmos que se usavam na génese da arte equestre portuguesa.

Escola Portuguesa de Arte Equestre (EPAE)Picadeiro_Henrique_Calado_creditos_PSML_Bruno_Barata

A EPAE, uma das quatro escolas de Arte Equestre na Europa, foi criada em 1979 e tem por objetivo promover o ensino, a prática e a divulgação da Arte Equestre tradicional portuguesa, na sequência do que fazia a Picaria Real, academia equestre da corte portuguesa, encerrada no século XIX. Depois da Sociedade Hípica Portuguesa, no Campo Grande, a Escola Portuguesa de Arte Equestre instalou-se nos jardins do Palácio Nacional de Queluz, em 1996, onde realizou apresentações regulares abertas ao público.