BAZARUTO

O PARAÍSO EXISTE

 

Visitar Bazaruto, em Moçambique, é concretizar um sonho antigo, um desejo de infância que agora se tornou realidade…

 

Ao longo dos tempos, o meu imaginário foi criando imagens e expectativas sobre este apetecível reduto moçambicano. Confesso que, entre o Bazaruto que sonhei e o que tive oportunidade de ver, a verdade é que a realidade é mais forte que a imaginação. Antes de embarcar, li sobre este destino e fiquei a saber que Bazaruto é apenas o nome de uma das cinco ilhas do arquipélago, a que se juntam Benguerra, Magaruque, Bangue e a pequena ilha de Santa Carolina, antes conhecida como do Paraíso. Em 2000, o arquipélago de Bazaruto foi declarado Parque Nacional, uma forma de preservação, pela grande diversidade de fauna e flora, que inclui os ecossistemas de floresta, savana e pântano. Todas estas ilhas fizeram parte do cabo de São Sebastião, há muitos milhares de anos atrás. Bazaruto é a maior ilha do arquipélago e tem 35 km de comprimento e 7 km de largura entre os seus pontos extremos, revelando-se um pequeno pedaço de paraíso na terra.

 

Viagem surpreendente e inesquecível

De Vilanculos para a ilha de Bazaruto, a ligação faz-se através de uma avioneta. Esta revelou-se uma viagem surpreendente e inesquecível, pois permitiu-nos contemplar as soberbas vistas, as nuances de azul esverdeado do mar que beija as dunas douradas gigantes, salpicadas de lagos e densa vegetação. Parece uma pintura divina, tal é a sua beleza. Cada momento é belo e mágico. Ficámos alojados no Pestana Bazaruto Lodge, um resort situado num dos extremos da ilha, que foi totalmente renovado em 2007 e conta com 40 bungalows rodeados de um soberbo jardim tropical. A par dos bungalows (individuais e familiares), o empreen dimento possui, desde 2011, 10 luxuosas villas com especificidades muito próprias. Fomos recebidos pelo diretor Tony Driscoll, que nos ofereceu um cocktail de fruta local e um colar de flores, o que deixou prever o ambiente hospitaleiro e caloroso por parte de um staff profissional e de sorriso espontâneo. A curiosidade apertava, e tornava-se difícil escolher o que ver primeiro: se as vistas desafogadas do bar com o oceano Índico mesmo a seus pés, se as curvas sedutoras da piscina exterior, ou se o espaço íntimo do bungalow de madeira e colmo.

 

Descobrir o resort

Os bungalows são espaçosos, com decoração africana mas com um toque de exotismo, em sintonia com o cenário natural. Dispõem de redes mosquiteiras, ar condicionado, ventoinhas de teto, televisão, café e chá, casa de banho e duche privado no exterior. Estão virados para o mar ou para o jardim. As áreas entre os bungalows são bastante abertas e amplas, e facilmente o nosso olhar alcança vários locais em simultâneo. Entre o bar, a biblioteca, o espaço internet e sala de jogos, cruzam-se visitantes anónimos, bem-dispostos, muitos deles titulares de um bronzeado invejável. O restaurante é um espaço privilegiado, com vista desafogada para o mar e palmeiras a curvarem-se ordeiramente sobre o areal branco e sedoso. O jantar é, por norma, servido em buffet. Entradas com diversas saladas e frios; três pratos quentes: dois de peixe ou marisco e um de carne; buffet de queijos e sobremesas. Esta é uma gastronomia fortemente marcada pela cozinha tradicional moçambicana e portuguesa, uma herança cultural que ainda perdura nos tempos. O chef Jeremias é o grande responsável pela cozinha e a comida é simplesmente deliciosa. O serviço atencioso e o enquadramento ao redor não podiam ser mais relaxantes e sedutores (…).