“PORTUGAL: CRISE ECONÓMICA OU POLÍTICA?”
Rui Rio foi o orador convidado de mais um almoço promovido pelo International Club of Portugal. Considerando essencial “o reforço do poder” e “o aumento do prestígio dos políticos”, Rui Rio acredita que “quando um Governo é fraco, há poderes fácticos fortes”. Na sua conferência “Portugal: Crise económica ou política?”, o presidente da Câmara do Porto e antigo vice-presidente do PSD defendeu que, nas últimas décadas, “o poder político subiu a despesa pública para os atuais níveis gigantescos”. Rejeitando estar a fazer uma análise conjuntural, pois na sua opinião tudo o que critica tem origem há décadas e as ruturas a fazer pelos partidos não devem atender às eleições seguintes, o orador convidado do ICPT avisou que, caso não se inverta o rumo atual de falta de resposta aos problemas e de descrédito de todos os atores políticos, a consequência será “não exatamente uma ditadura com um rosto, mas um poder político fraquíssimo, manietado por poderes que não têm rosto”. Entre as mudanças que aconselha para salvar o regime democrático, o social-democrata fala da necessidade de os partidos se abrirem à sociedade para atraírem os “mais capazes”, de uma reforma da justiça “que vai mexer em interesses instalados há décadas” e de uma “legislação mais apertada sobre a comunicação social”.