RAÍZES QUE SUSTENTAM A VERDADE
O círculo da vida é percetível apenas quando completo, e quando se está no meio dele, por vezes é difícil compreender a sua interferência, porque o passado apenas nos mostra partes do caminho e o presente é transitório. É assim que Diogo Navarro vê o mundo e é este mesmo pensamento que passa para os seus trabalhos.
Tal como o vento sopra e leva para longe a folha de uma árvore sonhadora, momentos, cheiros, relações e experiências de vida, bem como as suas consequências, passam por nós sem que lhes demos a devida atenção. Portanto, por vezes, devemos parar e refletir, e com ajuda de imagens (mentais, pintadas, filmadas, etc.) devemos dar sentido à nossa caminhada. A arte é exatamente assim, um mapa universal que se traduz em qualquer linguagem e que pode provocar muitos elementos e dimensões, inclusive o tempo. É exatamente isto que Diogo Navarro que apresentar com a sua exposição Roots, patente no Farol Hotel até ao próximo dia 19 de abril. À medida que o início se torna o fim, as nossas raízes sustentam a verdade, e ao voltar a elas e ao ouvir a sua voz transparente, é-nos oferecida uma alusão da nossa existência. Esta referência deve ajudar-nos a perceber a relação entre o tempo e o espaço e, sobretudo, o nosso papel nele. Tal facto vai fazer com que compreendamos em que fase da vida nos encontramos e como poderemos usar a energia do nosso passado para as transições que temos pela frente. Quando isto acontece, conseguimos encontrar um sentido de identidade, de direção, de modo a conseguirmos alcançar o nosso futuro.
Nascido em Moçambique, em 1973, Diogo Navarro é um artista português que estudou Arte, Gravura, Design Gráfico e Realidade Virtual na Sociedade Nacional de Belas Artes, em Lisboa. Durante o seu percurso, Diogo colaborou com a Vicarte em trabalhos de arte em vidro e apresentou 33 exposições individuais. Encontra-se representado na Embaixada Portuguesa do Vaticano, em Roma; na Embaixada dos EUA, em Lisboa; na Embaixada Portuguesa em Kinshasa; no Museu Nacional de História Natural e da Ciência; no Museu Nacional do Palácio da Ajuda; bem como noutras embaixadas e museus da Europa. Foi distinguido com o primeiro lugar, em Moscovo, em 2012, na “Imagem da Rússia”, pela Academia Russa de Belas Artes, e pelo internacional Vera Art Festival, em Lisboa, em 2014.