Inspirada nas antigas tabernas portuguesas, do final do século XIX e início do século XX, a Taberna Saudade conduz-nos numa viagem no tempo. Com mobiliário e detalhes cuidadosamente escolhidos, aqui, tudo foi pensado ao pormenor para recriar esse espírito.
Inaugurada em novembro de 2013, na zona de Alcântara, a dois passos do Museu de Arte Antiga, a Taberna Saudade procura retratar uma taberna típica da cidade de Lisboa do século XX e, nesta casa tão alfacinha, não falta o ambiente de convívio das tabernas de antigamente nem o fado. Ao entrar somos recebidos com um sorriso no rosto e com a simpatia típica de alguém que se orgulha das nossas tradições. Os aromas que nos chegam da cozinha, bem como o som do óleo a crepitar proveniente da fritura das cascas de batata que acompanham o pica-pau, são um ótimo convite para nos sentarmos. Em termos de decoração, destaque para o imponente balcão de madeira, com o seu tampo em pedra, para algumas mesas quadradas dos mesmos materiais e bancos de madeira, bem como para peças de decoração tipicamente portuguesas – o incontornável galo de Barcelos, o bengaleiro antigo ou a vitrine de exposição que era a parte de cima de um louceiro. Nas paredes, as andorinhas Bordallo Pinheiro e as fotografias de grandes fadistas de outros tempos (que foram cedidas pelo Museu do Fado) fazem-nos recuar no tempo. Penduradas sobre um xaile preto bordado estão, também, uma viola e uma guitarra portuguesa. Sempre afinadas, estão à disposição dos clientes menos envergonhados e são a companhia perfeita para um serão bastante animado.
Os sabores caseiros e os pratos preparados com o cuidado de quem sabe o que faz são, realmente, o maior trunfo deste espaço. Na ementa há caldo verde, aperitivos (pão, azeitonas, queijo, pastéis de bacalhau, bolo do caco com manteiga de alho), cacholeira assada, morcela de arroz assada, moelas à taberna, alheira em cama de grelos, pica-pau com cascas, tiras de bacalhau com migas, prego aromatizado em bolo do caco, entre outras iguarias que deliciam mesmo os comensais mais exigentes. Para o almoço existem sempre dois pratos do dia (um de carne e outro de peixe) e uma sopa. Já ao jantar, os petiscos são os reis da refeição. Para beber, não falta o vinho a copo, a cerveja artesanal Sovina ou as garrafas da bebida dos deuses. Com assinatura própria, a taberna disponibiliza ainda o Licor Paixão e Saudade e a Ginjinha Saudade. O gin, a bebida da moda, pode também ser degustada aqui, pois embora seja uma taberna, não deixa de seguir as tendências. Mais do que um espaço gastronómico, a Taberna Saudade liga o passado da cidade com a atual vida cosmopolita. Atreva-se a descobrir este “cantinho” e prove os melhores sabores da nossa gastronomia.