Urgência: parcerias estratégicas na saúde
Atualmente os prestadores de cuidados de saúde, os governos e os pagadores de serviços de saúde do mundo inteiro vivem uma pressão enorme para melhorar os outcomes clínicos dos doentes enquanto mantêm, ou preferencialmente, reduzem custos.As populações que requerem cuidados de saúde estão a aumentar cada vez mais e os sistemas de pagamento e prestação de cuidados estão a basear a sua atividade no volume ao invés da qualidade. Além disso tem-se também verificado a implementação de algumas políticas governamentais que são incómodas para os cidadãos, que criam desperdícios e que têm custos que se tornam mais elevados apesar dos esforços em contrário.Toda esta situação tem aumentado o desafio dos sistemas de saúde e é urgente que se avalie e discuta o futuro.Para atingir os seus objetivos, todas as entidades envolvidas nos cuidados contínuos terão que trabalhar em conjunto e com incentivos apropriados e partilhados, que permitirão manter as necessidades dos doentes como enfoque central, melhorando os resultados dos seus cuidados.Os sistemas globais de saúde estão determinados a reduzir os custos ao mesmo tempo que melhoram o outcome clínico e a qualidade dos seus procedimentos. É por isso que os prestadores terão de escolher bem os seus parceiros fornecedores de bens e serviços de forma a desenvolverem e alinharem os incentivos e os modelos de valor. Trabalhando com os melhores, com os que apresentam maior diversidade, com os que estão dispostos a mudar para modelos de negócio mais baseados em valor disponíveis para partilhar o risco, poderão garantir cuidados com mais qualidade, mais integrados e com custos menos elevados.Para medir outcomes clínicos o primeiro passo deve passar pela sua definição, ou seja, há que saber onde o Hospital pretende melhorar a sua performance, e a partir daí, podem desenvolver-se modelos de negócio assentes em Value Based Health Care com os fornecedores mais sustentáveis e inovadores.A colaboração entre todos os intervenientes na saúde deve permanecer muito próxima, alinhando objetivos e adicionando valor para todas as entidades, e sem nunca esquecer a partilha de risco.É muito importante que os cuidados permaneçam o mais integrados possível para permitir a melhoria de qualidade e a redução de custos.
Por Luís Lopes Pereira-Economista e Gestor em Saúde