NUNO MELO

MAIORIA RELATIVA, RESPONSABILIDADE ABSOLUTA

Oito anos depois, os eleitores decidiram que era tempo de mudar de ciclo. O PS sofreu uma estrondosa derrota, caindo de uma maioria absoluta, para menos de 30% dos votos expressos e a Aliança Democrática venceu as eleições com uma maioria relativa. Por seu lado, a esquerda ficará representada na Assembleia da República com muitos menos deputados do que os eleitos por todos os partidos à direita do PS. O sinal foi claríssimo.

A Aliança Democrática foi formada com os olhos postos numa alternativa que juntou partidos políticos e independentes e confirmou, não obstante, a regra de que sempre que o PSD e o CDS uniram esforços, nunca perderam eleições legislativas.

Do ponto de vista da construção do nosso regime democrático, governar em maioria relativa não é nenhum drama. Foram vários os governos do passado, liderados por Aníbal Cavaco Silva, António Guterres ou José Sócrates, para dar só três exemplos, que demonstram isso mesmo. O dado novo está no facto de que, desta vez, a Aliança Democrática não terá de enfrentar uma conjuntura de austeridade legada pela esquerda, e nessa medida, não será chamada a responder politicamente por ela.

A Aliança Democrática é uma solução credível, estável, previsível e com quadros de grande qualidade, capazes de devolver esperança, crescimento e prosperidade a Portugal e aos portugueses. Se no passado as crises eram marcadamente de natureza económica e financeira, atualmente têm uma preocupante exposição social.

A esquerda trouxe o colapso ao Serviço Nacional de Saúde, atingido pelo desalento dos profissionais, urgências fechadas, falta de médicos de família, atrasos de consultas e cirurgias de que pode depender a vida dos doentes. A Aliança Democrática terá as respostas adequadas.

A esquerda trouxe a instabilidade à Escola pública, dinamitou a autoridade dos professores, prejudicou o desempenho dos alunos e retirou possibilidades de escolha às famílias mais pobres. A Aliança Democrática terá as respostas adequadas.

A esquerda tratou de forma desigual as forças de segurança, aumentando desnecessariamente focos de insatisfação, que em desespero partiram para protestos de rua, com prejuízo para a dignidade e eficácia das respostas, numa área de soberania. A Aliança Democrática terá as respostas adequadas.

A esquerda fracassou totalmente nas políticas de Habitação, tuteladas durante perto de quatro anos pelo atual secretário-geral do PS, tornando impossível a grande parte dos portugueses viverem nas cidades onde nasceram, ou onde trabalham. A Aliança Democrática terá as respostas adequadas.

A esquerda esmagou as famílias e as empresas com valores recorde de impostos, que comprimiram os rendimentos disponíveis e o valor dos salários e estragaram o elevador social, particularmente na classe média. A Aliança Democrática terá as respostas adequadas.

A esquerda falhou clamorosamente nas respostas para a juventude. Um em cada trêsjovens teve de sair de Portugal, confrontado com uma taxa de desemprego superior a 20%. A Aliança Democrática terá as respostas adequadas.

A esquerda fez crescer dramaticamente o número de pobres em Portugal. Quatromilhões de portugueses estão no limiar de pobreza sem prestações sociais e há famílias inteiras a viver em tendas e estações de metro. A Aliança Democrática terá as respostas adequadas.

Igualmente relevante, dois anos depois, o CDS-PP voltou à Assembleia da República. O ano de 2024 será o princípio de um novo tempo de reafirmação do partido, que nunca foi substituído por mais ninguém, na visão humanista e personalista, que é liberal na criação de riqueza e no mercado, mas social na sua distribuição e no apoio aos mais necessitados. Pelo caminho, foi extraordinário perceber a impressionante mobilização de milhares de militantes e simpatizantes, de norte a sul, encarando o CDS-PP como um bem maior, pelo qual valia a pena lutar. A verdade é que os votos do CDS-PP foram absolutamente decisivos para a vitória da Aliança Democrática e para a derrota do PS e das esquerdas.

Portugal terá um novo governo liderado por Luís Montenegro, em maioria relativa. Será, não obstante, um governo com responsabilidade absoluta, que estará à altura dos novos tempos.

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