LUÍS MIRA AMARAL

 VERÃO MAIS QUENTE?

Neste verão fomos sujeitos a um autêntico terrorismo climático com a afirmação de que teria sido o mais quente de sempre. Em 1911 houve uma vaga de calor em julho que durou duas semanas e que matou cerca de 40 mil pessoas no Hemisfério Norte. Felizmente, hoje no nosso mundo desenvolvido as condições de vida, e designadamente o ar condicionado, evitam tal catástrofe protegendo sobretudo os mais velhos que são os mais vulneráveis a essas vagas. Outra vaga semelhante ocorrera em 1896. Na altura não havia o atual alarmismo climático com os religiosos do clima a anunciarem o fim do mundo, tal como faziam os pregadores na Idade Média…

O Copernicus Climate Change Service disse que “o mês de julho de 2023 deverá ser o mês mais quente alguma vez registado”. E lemos que “a temperatura média global excedeu temporariamente o limite de 1,5 graus Celsius acima do nível pré-industrial durante a primeira e a terceira semana do mês/dentro do ano de observação”. Ora se é uma temperatura média, não pode ser a temperatura de duas semanas em particular! As temperaturas médias globais têm de ser de médias mensais ou anuais. E como será feita essa média? Desde quando se medem temperaturas em todo o planeta e ao mesmo tempo, para podermos ter médias planetárias de forma a que com algumas medições deste mês de julho se possam tirar ilações à escala do planeta? O que é que exatamente foi medido? Terá sido em todo o planeta, sendo uma média das temperaturas do Hemisfério Norte, onde era verão, com as temperaturas do Hemisfério Sul, onde era inverno? Terá sido apenas no Hemisfério Norte?

E o que poderá a Europa fazer mais, sabendo-se que as emissões de gases de efeito de estufa têm efeitos globais e planetários? Presentemente, quem mais emite e onde simultaneamente as emissões de CO2 mais crescem são a China, a Índia, a Indonésia, o Irão, o Paquistão, a Arábia Saudita, tudo geografias que não controlamos, enquanto a atual União Europeia mais o Reino Unido já só emitem 8% do total mundial. A descarbonização levará décadas, sendo irrealista e até suicidária nos planos económico e social a pressa europeia. Recentemente o professor Jim Skea, novo chairman do IPCC (Intergovernmental Panel on Climate Change), veio com realismo afirmar que era um erro afirmar que esse aumento de temperatura de 1,5 graus Celsius punha uma ameaça existencial ao planeta, acrescentando que o alarmismo era contraproducente nos esforços para atacar o problema.

Em contraponto, Guterres, o mais brilhante aluno que tive no IST, dramatizava, dizendo que estávamos a passar do aquecimento global para a ebulição global! Guterres passa assim do estado de aquecimento ao estado de ebulição! Sendo superiormente inteligente, terá consciência das suas dificuldades na ONU em termos de afirmação na cena internacional, o que o leva, para escamotear tal, a querer ser o Papa, um autêntico Sumo Pontífice, da religião climática. It´s politics stupid!

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *