A REVISTA
Johannes Gutenberg revolucionou a impressão com tipos móveis, técnica usada quase sem alterações até ao século XX para imprimir jornais, livros e revistas. Melhor explicando, esta técnica veio permitir que os relatos sobre uma guerra, por exemplo, passassem a ser publicados em intervalos de tempo cada vez mais frequentes, assim criando uma solução entre o jornal e o livro.
Com o início da experiência e o seu desenvolvimento, veio a surgir em 1663, na Alemanha, a primeira revista com o seguinte nome: Erbauliche Monaths Unterredungen, que, traduzindo para a nossa língua, seria Edificantes Discussões Mensais. Uma delícia! Ainda no século XVII, para além da aludida revista alemã, surgiram outros títulos como a francesa Le Mercure (1672) e a inglesa The Athenian Gazette (1690), revistas estas que se caracterizavam por uma preocupação didática e científica exposta através de longos textos versando termos da maior complexidade. No início do século XIX começam a surgir revistas versando temas de interesse geral, que iam desde questões da vida familiar até ao entretenimento.
A título de exemplo, é só no século XIX que surge a primeira revista no Brasil, em Salvador, e que na verdade ainda se ficava pela abordagem a temas eruditos. E ainda no Brasil, em 1839, surgiu a revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, que ainda hoje existe e é a mais antiga desse país.
ORIGENS EM PORTUGAL
Em Portugal ocorreu um caso muito interessante e pouco vulgar, que foi a abertura de uma fábrica de papel no interior do país – Lousã – no século XVIII (1714), durante o reinado de D. João V. O seu fundador, José Maria Ottone, de origem italiana, começou por pedir à Coroa um empréstimo para a sua construção, velho hábito que ainda hoje subsiste e que é a dependência da economia em relação ao Estado. É importante fazer esta referência, pois essa fábrica, bem como o aperfeiçoamento das formas de impressão, a baixa do preço do papel e a publicidade criaram condições para que a revista viesse a ser objeto de grande procura.
Temos revistas com periodicidade semanal, mensal, semestral e mesmo anual (Revista Cadernos d’Obra), versando sobre os mais variados temas, desde a defesa do consumidor até arte e cultura, passando por revistas femininas, masculinas, arquitetura, automóveis, casamentos, moda e muitas outras.
Quanto ao seu aparecimento e desenvolvimento é difícil apontar como certa uma determinada revista e a data do seu “nascimento”. Mas num contributo histórico feito para o efeito, Jorge Pedro Sousa e Celiana Azevedo, da Universidade Fernando Pessoa e Nova, respetivamente, fazem-nos um quadro o mais aproximado possível, nos seguintes termos: “Entre as primeiras revistas ilustradas portuguesas de informação geral a orientarem-se mais relevantemente para a cobertura da atualidade no final da Monarquia destacam-se as revistas O Ocidente (1879-1885), a Ilustração Universal (1884-1885), o Buraco Negro (1896-1898), a Brasil-Portugal (1899-1914), a Ilustração Portuguesa (1903-1924).
PALAVRA DE APREÇO
E desta forma se foi desenvolvendo e valorizando a revista enquanto “instrumento” acessível de dar a conhecer aos leitores praticamente todos os assuntos de interesse para as suas vidas e de ajudar nas escolhas que sempre levam a cabo.
Para terminar, uma palavra de muito apreço e admiração aos criadores desta revista – FRONTLINE –, que preencheu um nicho de mercado a necessitar de temas como aqueles que nos são oferecidos. Nesta revista encontramos os mais variados temas a serem tratados por quem deles percebe e de uma forma despretensiosa, privilegiando assim a clareza e a objetividade. Encontramos também publicidade, da maior qualidade, que é também fonte de receitas, assegurando assim a sua independência.
Muitos parabéns à revista FRONTLINE e a todos aqueles que a fazem com competência, dedicação e afeto. Mantenham a vossa criatividade em alto nível, produzam sempre conteúdos certeiros e cumpram com determinação a obrigação que impuseram a vós próprios de desenvolver “a sua atividade editorial com liberdade e rigor, tendo como princípio o jornalismo de qualidade, favorecendo o interesse público”.