Alexandre Farto, mais conhecido por Vhils, tem levado a arte urbana aos mais diversos pontos do globo, desde Nova Iorque até ao Brasil, e desta vez até à Tailândia, onde se estreia através de um mural que homenageia a relação entre Portugal e Tailândia, relação essa que perdura há mais de 500 anos. Inspirado numa série de retratos que tirou noutra visita ao país, e com algumas referências à azulejaria portuguesa, o artista criou uma composição que tem como símbolo máximo “o olho, a íris, que é algo que nos humaniza a todos, que é um ponto em comum”. No mural, onde são representadas duas culturas distintas, Vhils recorreu à técnica que tem vindo a utilizar em todo o mundo: “Consiste em trabalhar sobre as camadas do muro, tentando revelar algo que está invisível no muro. Há partes do muro em que se conseguem ver resquícios de murais que tinham sido pintados anteriormente. A ideia é tornar visível aquilo que está dentro do muro, que é a história deste local também, porque o muro tem várias camadas, viveu em vários momentos.” Esta peça, criada a partir da iniciativa da Embaixada de Portugal e do Centro Cultural Português em Banguecoque, com o apoio do Instituto Camões e do Minor Group, foi inaugurada no muro exterior daquela embaixada, situada no terreno oferecido em 1820 pelo rei Rama II.