A FESTA VOLTOU AO PARQUE DA BELA VISTA – Com a vida a voltar, praticamente, ao “normal”, regressam também os tão aguardados festivais de verão e o Rock in Rio, claro, não poderia faltar a esta chamada. Reunindo, uma vez mais, vários milhares de apaixonados pela música no Parque da Bela Vista, em Lisboa, esta edição do Rock in Rio foi, talvez, uma das mais inclusivas.
Depois de quatro anos, o Rock in Rio voltou a Lisboa, mais eletrizante do que nunca.
A 9ª edição do festival, que deveria ter acontecido em 2020, teve de ser adiada – como tantas outras coisas –, devido à pandemia de COVID-19 que fez parar o mundo. Segundo Roberta Medina, diretora do festival, sessenta mil dos bilhetes usados este ano tinham sido vendidos para a edição de 2020. Do total de bilhetes vendidos, 9% foram reembolsados. De sublinhar ainda o aumento da venda de bilhetes no estrangeiro, totalizando “pelo menos 20 mil ingressos vendidos para 39 países diferentes”, concluiu Roberta Medina.
A verdade é que a edição de 2022 não deixou ninguém indiferente e conseguiu reunir, nos quatro dias do evento cerca de 287 mil pessoas: 74 mil no dia 18 de junho, 63 mil no dia 19, 70 mil no sábado e 80 mil no domingo, o único dia com lotação esgotada.
Com diversos palcos e atividades de diferentes expressões culturais, esta edição contou com nomes incontornáveis do panorama musical internacional e nacional. Entre outras novidades, esteve uma Rock Your Street mais pluralista e com grandes nomes da música do mundo, de que são exemplo Jupiter & Okwess, Magdalena Bay, Bruno Pernadas, Sara Correia, El Hombre, Arooj Aftab, Omar Souleyman, Titica, Johnny Hooker e Idiotape.
A Cidade do Rock passou também já há muito a ser um centro de entretenimento, com iniciativas quer da própria organização quer de empresas que, por se identificarem com o festival, se tornam patrocinadoras. Uma das presenças mais icónicas é a já famosa roda gigante. São 24 cabines de pura diversão e muita música, que proporcionam a melhor vista para o Rock in Rio e que revelam pormenores inesquecíveis. Outras das diversões mais procuradas foram o slide e as “pool parties” (festas na piscina). A Cidade do Rock abriu ainda um novo Palco Yorn, bem como um renovado Chef’s Garden, e uma Game Square.
A reconhecida qualidade musical de todos os artistas que pisam os diferentes palcos e que atraem público de todas as idades, não é sequer motivo de conversa.
Sempre preocupada em fazer diferente, a organização do Rock in Rio, abraça, a cada edição, uma causa diferente. Este ano, uma das ambições foi sem dúvida a inclusão. Os concertos dos dois palcos principais do Rock in Rio Lisboa, tiveram interpretação em Língua Gestual Portuguesa (LGP), algo histórico para as pessoas surdas.
Quatro dias de muita música
No primeiro dia, destaque para as atuações de Xutos e Pontapés, Muse, The National e Liam Gallagher. No dia 19 de junho, os cabeças de cartaz do festival foram os norte-americanos The Black Eyed Peas, tendo também atuado a brasileira Ivete Sangalo, a britânica Ellie Goulding e os portugueses David Carreira e Bárbara Tinoco, entre muitos outros.
Ivete Sangalo, presença assídua no festival, juntou, uma vez mais, milhares de fãs em frente ao Palco Mundo, proporcionando um final da tarde do segundo dia de festival bem animado.
O segundo fim de semana de Rock in Rio ficou marcado pelas atuações de Duran Duran e A-HÁ, no sábado. Já no domingo subiram ao palco nomes como HMB, Jason Derulo, bem como Post Malone e Anitta, uma das artistas mais aguardadas.
O Rock in Rio vai regressar a Portugal, em 2024: “A próxima edição é em 2024”, referiu Roberta Medina, contudo, o regresso em 2022 ficou marcado por dias memoráveis, com muita festa e sorrisos estampados nos rostos de quem esteve na Cidade do Rock.