O Prémio Literário Fernando Namora, na sua 23ª edição, agora com periodicidade anual, é reservado a romances publicados, e tem o valor de 15 mil euros. Recorde-se que em 2019 a vencedora foi Julieta Monginho, com o seu romance “Um Muro no Meio do Caminho”. Na deliberação do Júri, assinala-se que: “Um Muro no Meio do Caminho” constrói-se sobre uma das mais pungentes tragédias contemporâneas: a dos refugiados, sobretudo sírios, em fuga de loucuras humanas cada vez mais selváticas. Os tormentos experienciados em campos de refugiados, particularmente no campo da ilha de Scios, desenha o contexto em que Julieta Monginho situa a problemática deste drama contemporâneo”. O Júri enfatizou, ainda, que: “escrevendo num registo muito vivo e dinâmico, beneficiando da experiência pessoal que viveu no campo de Scios em 2016, a autora vai traçando retratos de mulheres mergulhadas num universo de dor e luto, mas também de esperança. Um livro que sob a forma de um olhar simultaneamente afetuoso e triste, nos revela a face de uma humanidade perdida de si mesma”.
No tocante à 13ª edição do Prémio Literário Revelação Agustina Bessa-Luís, o objetivo assumido, desde o seu lançamento, é o de favorecer o aparecimento de novos valores. Recorde-se que a Estoril Sol aboliu, desde 2016, a norma que impunha o limite dos 35 anos de idade para os concorrentes, o que permitiu agilizar o Regulamento do Prémio. Ao eliminar essa cláusula, considerada restritiva, se alargou o âmbito do concurso, abrangendo aqueles romancistas, que, um dia, resolveram passar a escrito a ficção que não coube mais na gaveta.
Mantém-se, no entanto, a obrigatoriedade do romance concorrente ser inédito, e de autor português, “sem qualquer obra publicada no género”. O romance vencedor do Prémio Literário Revelação Agustina Bessa-Luís, em 2019, foi “Um Símbolo Vivo”, de Cristina Cosme, posteriormente “rebaptizado” pela autora com o título “Silvana”. O Prémio tem o valor de 10 mil euros e, nos termos do Regulamento, a obra será publicada pela Editora Gradiva, conforme o protocolo existente com a Estoril Sol. Ao eleger “Silvana “ (“Um Símbolo Vivo”), o júri considerou tratar-se de “um romance que articula, com desenvoltura o jogo de prudências e astúcias das relações humanas”. Na ata do Júri, observa-se que o romance toma Lisboa como “cenário por onde a imaginação faz circular relações pessoais e amorosas. A Cidade e seus lugares desenham uma geografia de percursos afetivos, e, por vezes de sonhos e fantasias da protagonista, Silvana, uma mulher solitária em busca e si mesma”.
O Júri, além de Guilherme D`Oliveira Martins, que preside, em representação do CNC – Centro Nacional de Cultura, integra, ainda, José Manuel Mendes, pela Associação Portuguesa de Escritores; Maria Carlos Gil Loureiro, pela Direcção Geral do Livro e das Bibliotecas; Manuel Frias Martins, pela Associação Portuguesa dos Críticos Literários; e, ainda, Maria Alzira Seixo, José Carlos de Vasconcelos e Liberto Cruz, convidados a título individual, assim como Dinis de Abreu, em representação da Estoril Sol.