PRÉMIO HINTT

O CENTRO HOSPITALAR TÂMEGA E SOUSA, O HOSPITAL DE SANTA MARTA (CHULC), o INEM e a start-up eBreathie foram os vencedores da 6ª edição do HINTT. Para além do prémio Startup Innovation, a eBreathie recebeu a distinção Born from Knowledge (BfK) Awards, atribuída pela Agência Nacional de Inovação (ANI), que visa distinguir os projetos que “nasceram do conhecimento” e empresas que mais se destacam em atividades de I&D

Dia 13 de Outubro , o HINTT, evento organizado pela multinacional Glintt, que teve lugar no Pavilhão do Conhecimento, entregou mais quatro prémios. O PRÉMIO HINTT, o momento alto do evento, é uma iniciativa que visa reconhecer e divulgar as melhores práticas de adoção das TIC na área da saúde, que têm como objetivo melhorar a segurança do cidadão, apoiar a decisão clínica e a eficiência global. 

Estão mesmo todos de parabéns. Todas a candidaturas que recebemos são projetos de uma enorme qualidade e disponibilidade go-to-market. As tendências que observámos nos 10 projetos passam por soluções que permitem a proximidade com o utente, com o cidadão, onde quer que ele esteja. São projetos que enaltecem a segurança do doente e a inteligência artificial sobre os dados, para conseguir melhorar a parte do diagnóstico, acelerar processos, transformar as instituições para se tornarem mais ágeis e para proporcionar aos profissionais de saúde mais tempo de qualidade para dedicar aos seus doentes e, junto com eles, tomar a melhor decisão. Eu diria que estes são os aspetos que caracterizaram as candidaturas”, afirma Filipa Fixe, Administradora Executiva da Glintt.

“A ANI tem o prazer de se juntar este ano como parceira dos Prémios HINTT para poder premiar esta montra de excelentes projetos. São projetos com uma multidisciplinaridade de equipas incrível, desde médicos, enfermeiros, terapeutas e assistentes operacionais. Os projetos reconhecidos hoje prometem ter grande impacto nas vidas de todos nós e são excelentes exemplos de como se faz inovação de altíssima qualidade em Portugal.”, avança João Borga, Administrador Executivo da Agência Nacional de Inovação.

OS VENCEDORES DO PRÉMIO HINTT 2022 FORAM:

CHULC – HOSPITAL DE SANTA MARTA / Sistema de custeio por doente

(vencedor na categoria de Value Proposition)

O projeto apresentado pelo Centro Hospitalar Universitário Lisboa Central (CHULC), através do Hospital de Santa Marta, enquadra-se numa estratégia de criação de valor para o doente, centralizando um conjunto de informação de diferentes fontes de dados, de forma normalizada e detalhada dos custos. Este sistema permite, por exemplo, aferir a adequação da estrutura de produção ao financiamento dos cuidados, de forma consistente e contínua, e identificar as oportunidades de melhoria, possibilitando a otimização dos recursos. “Não se trata de fazer gastar menos, mas de fazer gastar melhor”, explica a administradora hospitalar adjunta do Conselho de Administração, Anabela Ferreira da Costa.

O Sistema de Custeio por Doente, no CHULC, é um modelo de apuramento de custos suportado por uma ferramenta de exploração de dados. Esta ferramenta, explica a administradora, “estabelece a integração dos dados do sistema de saúde, assentes em diferentes sistemas operacionais de FrontOffice (Gestão de Doentes, Gestão Clínica, Gestão de Apoio Clínico, etc.) e de BackOffice (Gestão Financeira, Recursos Humanos, Logística e Farmácia e outros), combinando informação da atividade clínica e financeira, e permitindo efetuar análises e relatórios padronizados com indicadores selecionados para suporte às decisões da gestão de topo e operacional”.

CENTRO HOSPITALAR TÂMEGA E SOUSA

+PERTO

(vencedor da categoria de Clinical Outcomes)

Numa altura em que a necessidade de levar o hospital até casa do utente é uma realidade na maior parte das unidades hospitalares, o projeto +PERTO – Programa de Enfermagem de Reabilitação Tecnológico – foi a resposta encontrada pelo Centro Hospitalar Tâmega e Sousa para este desafio. De uma forma inovadora e pioneira na área em que se enquadra, este projeto pretende dar resposta de forma muito célere a um grupo de utentes, mas com possibilidade de rapidamente se tornar transversal a vários outros grupos de doentes no que se refere a cuidados de enfermagem de reabilitação.

O projeto consiste na implementação de um programa de reabilitação digital, acompanhado por um canal de comunicação e monitorização, via APP, em pessoas propostas e submetidas a Artroplastia Total do Joelho e aos seus cuidadores. “Através desta Aplicação Móvel, será possível, desde o pré-operatório, a preparação física, psicológica e aumento das capacidades da pessoa para uma melhor experiência cirúrgica, empoderamento no seu processo de reabilitação, bem como na recuperação pós-operatória”, explica Tiago Araújo, enfermeiro e um dos responsáveis do projeto. A Aplicação ‘’+ PERTO’’ tem permitido que os utentes e seus cuidadores tenham toda a informação necessária e pertinente (devidamente desenvolvida e validada por peritos) ao seu alcance, independentemente do local e da hora, permitindo assim que os cuidados de saúde e o CHTS estejam ‘’+ PERTO’’.

EBREATHIE

eBreathie

(vencedora na categoria de Startup Innovation e da distinção BfK Awards)

O eBreathie, desenvolvido pela startup com o mesmo nome, é um smart-inhaler – ou seja, um dispositivo médico que se liga ao inalador tradicional de um doente asmático, transformando-o num inalador “inteligente” e conectável. “De cada vez que o doente usa o seu inalador, o nosso dispositivo recolhe vários dados, cria o seu perfil inspiratório e dá-lhe feedback imediato de se fez a sua medicação de forma correta”, explica Ana Rita Constante, CEO. Estes dados são depois disponibilizados ao médico assistente, o que garante um cuidado de saúde personalizado e à distância.

Um dos objetivos do projeto é também capacitar os doentes asmáticos para melhor controlarem a sua doença, enquanto são monitorizados em tempo real. “Ao utilizarem o eBreathie, os doentes terão um melhor controlo da sua doença e conseguirão melhorar a sua qualidade de vida”, salienta a CEO.

Apesar dos testes com o eBreathie, Ana Rita Constante refere que ainda não é possível ter dados suficientes sobre o seu impacto. Contudo, acrescenta que existe evidência científica validada sobre os impactos da utilização de smart-inhalers no geral. Esta demonstra que o seu uso aumenta em 23% o número de dias sem quaisquer sintomas, após um ano de utilização; diminui em 39% a utilização de medicação de alívio, no mesmo período; e que 62% dos utilizadores com asma não controlada passaram a ter a doença controlada, com menos idas à urgência e menos hospitalizações.

INEM

iTeams inclusivo

(vencedor na categoria de Patient Safety)

O iTEAMS é o programa informático de Registo Clínico do INEM, que substituiu o registo em papel a partir de 2018. É também uma ferramenta interativa que permite emitir alertas de gravidade de doença, aproximar a regulação médica do CODU aos meios operacionais, e otimizar a cadeia de transmissão de informação clínica desde o evento até à entrega do doente no hospital. Adicionalmente, o programa dispõe de uma ferramenta inclusiva, através da ligação a um intérprete de Língua Gestual Portuguesa via SNS24, dirigido à comunidade surda. Em termos de inovação, Filipa Barros, médica e coordenadora do projeto, destaca a capacidade de resposta desta ferramenta a vítimas com vulnerabilidades prévias ou decorrentes da emergência, “contribuindo para uma comunicação inclusiva e para uma maior equidade na prestação de cuidados de saúde no contexto pré-hospitalar”, aponta. 

Outra novidade importante do iTeams é a possibilidade de ser usado em todos os meios de emergência. “O INEM tem vindo a disseminar o uso deste programa informático pelas outras entidades que compõem o Sistema Integrado de Emergência Médica (SIEM) – nomeadamente Bombeiros e Cruz Vermelha Portuguesa, que asseguram 80% do socorro pré-hospitalar no nosso país”, reforça a responsável.  

Como membros do júri, o HINTT contou com José Martins Nunes, Alto-Comissário para o World Health Summit eprimeiro presidente do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra; Maria de Belém, que foi Ministra da Saúde, Ministra para a Igualdade e ex Deputada em várias Legislaturas e Presidente da Assembleia Mundial de Saúde da Organização Mundial de Saúde; Nuno Sousa, neurorradiologista e presidente da Escola de Medicina da Universidade do Minho; Ana Paula Martins, farmacêutica, ex bastonária da Ordem dos Farmacêuticos e atual Diretora de Assuntos Governamentais da Gilead Sciences; e Jorge Penedo, cirurgião e vice-presidente do Conselho Regional do Sul da Ordem dos Médicos.

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