URSULA VON DER LEYEN – Ursula von der Leyen é provavelmente uma figura política mais reconhecida do que a maioria dos seus antecessores e ninguém contesta a sua legitimidade como Presidente da Comissão Europeia, aliás a primeira mulher a exercer o cargo. Poucos talvez já se recordem quanto tremida esteve a sua eleição para o cargo, mas hoje, a mulher de porte altivo, aristocrata, loira e bem-parecida, conservadora e de fortes convicções religiosas, é o rosto sereno de uma União Europeia que muitos vaticinaram que poderia não sobreviver à atual pandemia. Mas Ursula claramente percecionou todos os riscos e geriu a oportunidade com uma habilidade política incontestável e garantiu que a Comissão Europeia assumia a gestão da crise colocando-se no centro da resposta económica, mais que não seja definindo as linhas orientadoras para os planos de recuperação de cada Estado-membro.
Para os mais atentos, que não precisam dos ensinamentos da História para saber que o poder não é apenas o que se vê mas é sobretudo o que se exerce, a forma como é exercido, e muito dependente da gestão das oportunidade no seu exercício, é claro que Ursula von der Leyen tem sabido aproveitar as circunstâncias, reforçar a Comissão e definir as regras do jogo.
O seu rosto será para perpetuar no futuro. Quem o desvalorizar comete um erro, mais ainda numa pessoa que gere um otimismo moderado com uma característica ímpar, a sua capacidade de “sossegar” e gerir com clarividência.