BORIS JOHNSON – Dissemo-lo aqui há um ano que a forma como o Reino Unido concretizar o Brexit desenhará não só o futuro da União Europeia como poderá determinar anos vindouros muito conturbados para os súbditos de Sua Majestade, mas que o rosto visível da bonança ou da tempestade será sempre Boris Johnson. Para já, o primeiro-ministro britânico admite este momento da saída do Reino Unido do mercado único europeu como um “momento inacreditável”, garantindo que o país será “aberto, generoso e voltado para o exterior”. As palavras fizeram parte do seu tradicional discurso do ano novo, mas, na verdade, o ano não começou assim tão bem e continua bem evidente que a Grã-Bretanha é hoje uma sociedade fraturada, fratura adensada pela determinação cada vez maior da Escócia em se tornar independente e em se juntar à União Europeia.
É no entanto assumido que o fator determinante será apenas o impacto económico que o Brexit tiver no Reino Unido, não passando tudo o mais de simples propaganda de exaltação do espírito nacionalista de orgulho numa “real” soberania secundarizada bem orquestrada por Boris Johnson e pelos conservadores.
Depois de meio século de integração europeia, Boris Johnson lidera os destinos britânicos. Resta saber qual dos estatutos prevalecerá: o de bestial ou o de besta.