MARCELO REBELO DE SOUSA – Se dúvidas não existiam quanto à sua reeleição, paira no entanto sobre Marcelo talvez aquela que será a dúvida que ao país mais preocupa: que presidente vamos ter nos próximos cinco anos, mais ainda reconhecendo que não irão ser fáceis do ponto de vista da governação? Será o Presidente dos afetos, será o Presidente que muitos acham demasiado filiado no Partido Socialista ou será o Presidente do confronto político na governação do país. Para a maioria dos portugueses, Marcelo é “o pai do filho órfão”, papel fundamental para o nosso equilíbrio emocional e que tem exercido, reconheçamos, de forma exemplar.
Mas não significa isto que Marcelo tenha sido politicamente ausente da condução dos destinos do país. Na verdade, Marcelo impôs-se na condução política do país sempre que as circunstâncias assim o exigiram; rompeu com interesses sempre que necessário; elogiou e criticou independentemente de credos, filiações ou convicções e revelou-se sempre ao lado dos portugueses quando a consciência assim o determinou.
E o dilema que não se colocou em 2021 não deixará de existir num futuro próximo: quem aceitará o desafio de suceder a este presidente?