ESTORIL SOL RELANÇA PRÉMIOS LITERÁRIOS

A Estoril Sol volta a instituir, este ano, o Prémio Literário Revelação Agustina Bessa-Luís e o Prémio Literário Fernando Namora, em homenagem aos dois grandes escritores de Língua Portuguesa. Recorde-se que, desde 2016, o Prémio Revelação aboliu do seu Regulamento o limite dos 35 anos de idade para os concorrentes, cláusula que o Júri considerou estar a condicionar o aparecimento de novos valores. Com a eliminação dessa norma considerada restritiva, a Estoril Sol correspondeu, assim, aos pedidos manifestados por numerosos candidatos que estavam impossibilitados de participar no concurso e que, entretanto, nas duas últimas edições, já o fizeram. Mantém-se, contudo, a obrigatoriedade do romance submetido a concurso ser inédito, e de autor português, “sem qualquer obra publicada no género”. O romance vencedor do Prémio Literário Revelação Agustina Bessa-Luís, em 2018, foi “Um Passo para Sul”, de Judite Canha Fernandes. O Prémio tem o valor de 10 mil euros e, nos termos do Regulamento, a obra vencedora será publicado pela Editora Gradiva, conforme o protocolo existente com a Estoril Sol. Ao eleger “Um Passo para Sul”, o júri considerou tratar-se de “um romance fundado num triângulo geográfico e existencial, repartido por Cabo Verde, São Tomé e Açores. Os registos linguísticos e imaginativos do crioulo inscrevem-se criativamente na estrutura global da narrativa, contribuindo para a formatação de uma linguagem literária muito estimulante”.O Júri realçou, ainda, o facto de “Um Passo para Sul” ser “um romance em que o amor, mas também a violência terrível exercida sobre as mulheres, se constituem em traves mestras do universo existencial dos personagens. Se o final deste romance sugere um futuro de esperança e luminosidade, não faz esquecer a contundência psicológica que o estrutura e que a todos nos agride no seu alcance humano e social mais profundo”.                                                               Presidido por Guilherme D `Oliveira Martins, o Júri é comum ao Prémio Literário Fernando Namora, que volta a ser instituído, também, pela Estoril Sol, e é atribuído regularmente desde 1988. O Prémio Literário Fernando Namora, com periodicidade anual, reservado a romances publicados, tem o valor de 15 mil euros. Recorde-se que foi Carlos Vale Ferraz, com o seu romance “A Última Viúva de África”, o vencedor no ano passado. Em acta, o Júri salientou que na obra “ A Última Viúva de África” a memória “da experiência colonial pode ser aterradora – Congo Belga e Angola constituem neste romance o eixo geopolítico de acções de guerra e desvarios humanos no qual uma mulher (Madame X) emerge, simultaneamente, como figura de ligação da estória do romance e da História dos anos sessenta no início da guerra nacionalista”.                                                                                                                               O Júri, além de Guilherme D`Oliveira Martins, que preside, em representação do CNC – Centro Nacional de Cultura, integra, ainda, José Manuel Mendes, pela Associação Portuguesa de Escritores; Maria Carlos Gil Loureiro, pela Direcção Geral do Livro e das Bibliotecas; Manuel Frias Martins, pela Associação Portuguesa dos Críticos Literários; e, ainda, Maria Alzira Seixo e Liberto Cruz, convidados a título individual e Nuno Lima de Carvalho e Dinis de Abreu, em representação da Estoril Sol. Entretanto, expira a 31 de Maio o prazo de recepção das obras originais para a 12ª edição do Prémio Literário Revelação Agustina Bessa-Luís e dos romances publicados para a 22ª edição do Prémio Literário Fernando Namora.