DIRK NIEPOORT

UMA MARCA COM CINCO GERAÇÕESDirk Niepoort é o enólogo e produtor mais conhecido de Portugal. Entrou no mundo dos vinhos sozinho e foi através de muitas conversas com produtores pelo mundo fora que aprendeu. No entanto, considera-se uma pessoa muito simples, nas suas palavras é “pão, pão, queijo, queijo”. 

Niepoort tem ideias e projetos irreverentes onde explora diferentes caminhos para criar novos vinhos. “Muitas vezes, sinto-me só e incompreendido. Em casa (na Niepoort), levo sempre na cabeça quando trago ideias diferentes, acham que sou maluco,” diz Dirk. No entanto, sente uma grande admiração e agradecimento por parte das pessoas de fora. Algumas destas aventuras no mundo dos vinhos inserem-se na Niepoort Projetos, que são experiências de produções reduzidas, realizadas no Douro ou em Vila Nova de Gaia. Dirk acrescenta que ainda há muito para aprender e fazer, e algo que quer fazer no futuro é um grande vinho em Portalegre. 

O Douro sempre foi conhecido pelo vinho do Porto, sendo que os vinhos de mesa ainda não tinham sido explorados por se seguir a tradição. Dirk sempre quis experimentar e explorar o Douro, mas a ideia de produzir um vinho de mesa surgiu na Califórnia, em conversa com um produtor americano, que quis saber se Dirk iria produzir vinhos de mesa em vez de vinhos do Porto. Esta ideia deixou-o a pensar, ao que ele disse: “Sim, vou. O meu primeiro vinho vai ser provavelmente um ‘monstro’, encorpado, mas dali a 25 anos será um vinho fino e elegante.” Assim, em 1990 nasceu o primeiro vinho de mesa do Douro de Dirk Niepoort, o Robustus. 

A marca Niepoort já está na família há cinco gerações e a sexta geração já sente curiosidade para lidar com os vinhos. Dirk diz que a integração “está a ser ‘fantasticamente fantástica’. A sexta geração é muito humilde, ouve muito e opina pouco (ainda).” Apesar de nem sempre ser fácil misturar família e negócios, para garantir o sucesso da empresa, reúne-se a família para definir cenários e possíveis consequências, assim como para ter a certeza de estar a cumprir e atualizar os protocolos familiares. A família Nogueira acompanha a família Niepoort desde 1863, sendo que a sabedoria passada de geração em geração tem grande importância na qualidade dos vinhos. “A quarta geração ainda hoje é muito importante na decisão de lotes finais de Vintages e Portos importantes”, afirma. 

Apesar de ter estudado economia na Suíça e de os vinhos não terem sido a sua primeira paixão, se atualmente não fosse enólogo, não se via a trabalhar num banco. Não tendo os conhecimentos técnicos, aprendeu muito a ouvir os conhecimentos dos antigos e a respeitá-los, o que normalmente os engenheiros ignoram. Niepoort acredita que ter acumulado conhecimentos empíricos é uma vantagem, pois tem vários enólogos a trabalhar para a Niepoort. Aconselha as novas gerações de enólogos a “terem uma maior abertura mental, ouvir os antigos e respeitar as tradições”.

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