REABRE UM DOS MAIS FASCINANTES E EMBLEMÁTICOS HOTÉIS do Norte do país. Um legado arquitetónico e cultural marcante, cinco estrelas, dois chefs de renome, o selo Relais & Châteaux, o Tâmega aos pés e raízes numa das mais belas e sedutoras cidades portuguesas. Onde o Extraordinário Acontece. Uma história de tradição, vanguarda e continuidade
Após mais de dois anos de obras de renovação, um investimento de 15 milhões de euros, uma infinidade de especialistas em múltiplas disciplinas, a Casa da Calçada reabre finalmente. Alterou-se parte da estrutura, renovou- se a arquitetura de interiores, reabilitaram-se valências e somaram-se-lhes muitas outras. O desfecho é feérico, sóbrio, elegante, soberbo, sofisticado e absolutamente inspirador. Uma visão contemporânea que homenageia o legado, os antepassados, a história, a arquitetura, a arte. Na cidade onde nasceu o modernismo português, que deu ao mundo o olhar desempoeirado de Amadeo de Souza-Cardoso e Acácio Lino, o brilhantismo de Teixeira de Pascoaes e a poesia de Agustina Bessa-Luís, entre tantos outros, outra coisa não seria de esperar. Uma visão que enaltece a memória e anseia pelo futuro. Sem um beliscão, permanece o gosto de bem-receber, uma arte em que a Casa da Calçada sempre foi exímia, mesmo quando era uma residência privada, propósito que vestiu galantemente do século XVI até ao final do século passado. Um projeto de reabilitação que leva a assinatura do arquiteto Pedro Guimarães e do design de interiores de Pilar Paiva de Sousa.
Casa da Calçada, em Amarante, não é apenas uma preciosa herança arquitetónica. É um lugar de memórias, afetos, liberdade, espírito livre e visão humanista com o coração no passado e o espírito no futuro, como sempre foi seu apanágio. Uma casa fidalga, culta, letrada, industriosa, revolucionária e benemérita, por onde passou a intelectualidade, sonhos de modernidade, tertúlias e o desejo de fazer melhor. Nela se defenderam territórios contra uma França napoleónica, nela se conspirou o início e a restauração da República e nela se venerou o vinho. Um verdadeiro mundo à parte, onde sempre se respirou liberdade, modernidade e progresso. É ainda um hotel de cinco estrelas, fruto da visão de Manuel António da Mota e resultante da total entrega da sua filha Paula Mota, em quem o empresário e os irmãos delegaram a emocional tarefa de concretizar o sonho paterno, de transformar a lendária casa num hotel. Um palacete-relíquia tão encantador e encantatório quanto a cidade de Amarante, em cuja parte histórica habita, mesmo rente ao Tâmega.