CARLOS RAPOSO

ELEGÂNCIA, SINGULARIDADE E PRECISÃO. Um sonho bem vincado em criar vinhos com identidade única e de altíssima qualidade. Que cada copo de vinho partilhe o melhor que a natureza lhe dá em cada ano.

QUEM É CARLOS RAPOSO?

Um jovem que acorda todos os dias com o grande de- sejo de interpretar “à sua maneira” as uvas de cada vinha, dos diferentes solos, clima, castas… Com o objetivo de partilhar num copo de vinho o melhor que a natureza lhe dá em cada ano.

PERCURSO

Com vontade de aprender com os melhores, estudar nas melhores escolas e trabalhar nas melhores quintas, aos 18 anos parte para Bordéus, França. O único problema que poderia ter mudado a história era o facto de não saber falar ou escrever em francês, mas o desejo era tão grande que nada o impediu. Revelou-nos que foi para um autêntico “campo de batalha” onde aprendeu a língua ao mesmo tempo que estudava.

Carlos Raposo assume que não foi fácil, mas pouco a pouco foi aprendendo e ao fim sete/oito anos tinha concluído o bacharelato de Viticultura e Enologia pela Escola Blanquefort, a licenciatura de Viticultura pela Faculdade de Bolonha e o mestrado de Enologia pela Faculdade de Bordéus. Portanto, apesar das dificuldades fez um percurso de sucesso.

Recorda os países que marcaram o seu percurso profissional e académico como França, Espanha, EUA/Califórnia e Austrália, e diz-nos que quando se trabalha e gosta, deixa de ser um trabalho… recordando também que nas férias de verão ia trabalhar para as vinhas e aprender a arte de cuidar de uvas, pois era o que realmente gostava de fazer.

Relembra ainda a sua passagem pela Niepoort (Portugal) onde trabalhou durante oito anos como enólogo e era o braço direito de Dirk Niepoort. Para Carlos Raposo, Dirk é como um “Pai do Vinho”, é um “Senhor em todo o seu ser…”, e que dessa passagem só tem elogios a dar, uma casa extraordinária onde a cultura de excelência está muito bem implementada a todos os níveis. E considera que Niepoort é e será sempre um dos modelos a seguir, confessando que só lhe resta sonhar e trabalhar, e que talvez na 3.a ge- ração consiga alcançar algo parecido.

World Wild Wines

Todo o seu percurso foi construído e sempre acompanhado por um sonho muito forte, ter a sua empresa de vinhos e fazer vinhos exclusivos de altíssima qualidade, assim como fazer consultadoria pelo mundo, e até mesmo em Portugal.

No projeto pessoal World Wild Wines, os seus vinhos têm apresentado uma identidade notável. Carlos Raposo não esconde que quer construir uma empresa de vinhos onde tudo o que é produzido seja uma referência e sinónimo de grande qualidade para o mundo dos vinhos. E que ajude a elevar Portugal a um patamar de qualidade único.

O seu grande objetivo é criar vinhos com uma identidade única, com características singulares, com elegância, frescura e precisão. Partilha que gostaria de criar uma marca idêntica aos grandes Châteaux de Bordéus ou Borgonha, na qual qualquer pessoa que prove os seus vinhos às cegas consiga identificar de imediato o produtor. Isso será realmente atingir o esplendor.

AUTENTICIDADE

Carlos Raposo acredita que Portugal está a fazer um caminho extraordinário relativamente à qualidade dos seus vinhos e à sua divulgação, mas que tudo demora o seu tempo, sendo importante “não dormir à sombra da bananeira” e que é necessário um longo e consistente trabalho nos vinhos para manter a sua qualidade. Relembrando que Portugal tem várias particularidades, uma delas é a diversidade de vinhos. Entre Madeira, Porto, Moscatel, vinhos do Alentejo, vinhos do Dão, todos eles são completamente diferentes e com características distintas. A variedade de castas existentes em território português é algo único, um tesouro que acredita ainda estar por explorar em mais de 50%. Questionado sobre quais as dificuldades que mais sente no mundo da enologia, o enólogo partilha que talvez seja a semelhança cada vez maior dos vinhos das diferentes regiões: muitas vezes ao provar vinhos de diferentes regiões vitícolas de Portugal, dificilmente as consegue distinguir. Dando um exemplo, “um Dão nunca deverá ser confundido com um Douro”, pois os enólogos e responsáveis no fabrico de vinhos têm de ter em atenção esta uniformização que já se pode sentir nos vinhos e não deveria acontecer. “O Melhor que temos nas diferentes regiões vitícolas é precisamente as diferentes características e singularidades de cada região, e isso é ouro!”

Como habitual para terminar a entrevista, perguntámos a Carlos Raposo que palavras gostava de deixar ao mundo da enologia, e as suas foram: “O sucesso está em preservar as características de cada região vitícola.”

 

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