BMW R1300 GS

LUXO E CONFORTO NUM EVENTO DE EXCEÇÃO

Três dias de muita aventura pelas serras algarvias e alentejanas, pelos trilhos d’O Nosso Dakar, um evento que marca o início de ano. Uma epopeia aos comandos da BMW R1300 GS, uma moto que provou que o tamanho importa.

O Nosso Dakar marca, há muitos anos, o arranque de mais um ano de atividades em cima das motos. Depois das épocas festivas, a atenção vira-se de novo para as duas rodas e para a aventura fora-de-estrada na preparação deste fim de semana. Este ano não foi diferente, com uma envolvência de luxo e conforto, aos comandos da novíssima BMW R1300 GS. Grande por fora e muito bem equipada com toda a tecnologia que nos garante conforto, segurança e muita diversão, a GS foi a companheira perfeita. Foram cerca de 500 quilómetros de “terra”, que somaram perto de 700 quilómetros no total, percorridos em três dias, cheios de bons momentos, muita condução, diversão e paisagens únicas nos locais mais remotos do sul de Portugal.

Esta foi a 11.ª edição d’O Nosso Dakar, que começou há 10 anos, com o primeiro evento em 2014. A evolução de todos os aspetos que envolvem a organização chegou a detalhes que fazem a diferença. Se a ligação à mais dura prova do mundo se perdeu por causa das diferenças horárias, deixou de haver o direto com os pilotos portugueses no Rally Dakar, como acontecia nos “tempos da América do Sul”, a verdade é que o espírito da grande aventura continua presente, este ano incluindo a presença física do piloto Hélder Rodrigues e da BMW 450, com que Paulo Gonçalves ganhou uma das etapas do Rally Dakar.

Conduta irrepreensível

O número de participantes voltou a bater os anos anteriores. A organização recebeu pedidos de inscrição de mais de 500 participantes, não tendo sido possível acomodar todos. O Nosso Dakar continua a ser um dos maiores eventos, senão o maior, que reúne exclusivamente motos do tipo trail e bigtrail, excluindo motos de enduro e mais desportivas, em utilização fora de estrada.

Devido à dimensão que o evento já tem, é sempre bastante laborioso conseguir a aprovação de todas as autoridades que garantem a possibilidade de o realizar. Para tornar mais fácil e, em alguns casos, possível a obtenção destas autorizações, a organização tem sido muito criteriosa na escolha e verificações das motos que participam. O nível de ruído é um ponto fulcral para que as motos possam passar em determinados locais. O outro é a atitude dos participantes nas passagens junto às povoações e locais próximos de pessoas, razão pela qual é sempre pedido para se ter o máximo de atenção, refreando a nossa condução, nestas situações. Está em causa podermos continuar a rodar de moto fora de estrada. É “uma causa” que os membros da Longitude 009 levam muito a peito, reforçando sempre a prática de uma boa conduta.

Quatro etapas em três dias

Este ano, o arranque da primeira etapa, a SS1 Touratech, passava por um setor muito sensível, em que algumas motos, mesmo com o nível de ruído legal, não podiam passar por exceder o permitido nesta zona que era também de velocidade limitada. Este foi um dos locais muito especiais por onde pudemos passar, com uma vegetação muito própria, que confere uma aura de misticismo ao trilho. Mais intrincado nestes primeiros quilómetros, o terreno foi abrindo, para terminar já perto de Lagos com estradas rápidas, abertas e de curvas largas. As etapas do segundo dia, SS2 e SS3 BMW Motorrad, partiram e terminaram em Lagos, subindo de manhã até à Barragem de Santa Clara, com uma povoação muito caricata, percorrendo os trilhos a norte até Castro de Cola, onde decorreu o almoço. Embora as barragens por onde fomos passando a sul estejam realmente muito vazias, fomos encontrando pelo caminho várias passagens de água, que deram uma outra “animação” à condução, além de imagens sempre espetaculares. No terceiro dia, a quarta etapa, SS4 Garmin, partiu das traseiras do Autódromo Internacional do Algarve, subindo-se pela serra de Monchique, passando pela Barragem do Funcho, para terminar na Ermida de Santo Amaro em Almodôvar. Particularidade desta chegada foi o público presente, uma calorosa e vibrante receção que deu um cunho bem mais especial às últimas centenas de metros do percurso. Ao longo dos três dias, dos pontos mais altos por onde passámos, ficámos sempre deslumbrados com a beleza que as serras do sul têm e que se estende até perder de vista.

Todo-o-terreno para todos

A escolha dos trilhos utilizados teve em conta a sua dificuldade e grau técnico, de forma a ser mais exigente no início de cada um, quando as pessoas estão mais “frescas” e com vontade de “mais pilotagem”, tornando-se mais rolante com o acumular dos quilómetros e horas de condução. Este detalhe acaba por se mostrar particularmente importante do ponto de vista de segurança e satisfação dos participantes. De um modo geral, os locais de passagem são acessíveis a praticamente todos os utilizadores com um nível baixo de experiência de condução fora de estrada e para todo o tipo de motos trail. Sente-se que o desenho destes longos dias de condução se adapta tanto a quem quer ter um dia intenso de “fora de estrada”, como aos que querem apenas “dar uma volta”, sendo fácil atalhar quando sentimos que já chega. O cuidado em monitorizar onde se encontra cada participante é grande, havendo sempre controlos de entrada e saída de cada etapa, além dos veículos da organização espalhados pelo percurso, motos e carros com pessoal médico, que vão mantendo “um olho” no terreno. Tudo está montado para garantir segurança e dar confiança aos participantes para desfrutarem de toda a experiência de forma descontraída.

Ao longo das 11 edições d’O Nosso Dakar, a qualidade do evento, desde sempre elevada, tem crescido, tendo cada vez mais arestas limadas, um cuidado que se vê nos mais ínfimos detalhes. Um evento “obrigatório” para os amantes das viagens de aventura.

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