“A PRIORIDADE DA UNLOCK SÃO OS CLIENTES E O SERVIÇO QUE LHES É PRESTADO”
A Unlock Boutique Hotels é uma empresa que aposta na gestão de hotéis boutique de pequena e média dimensão, com uma base altamente tecnológica. Miguel Velez, um dos três sócios, falou em entrevista à FRONTLINE sobre a afirmação, no mercado, desta empresa que apresenta um conceito único. Tendo como principal meta a “construção de um portefólio com hotéis boutique únicos, que oferecem experiências exclusivas aos hóspedes, pela sua hospitalidade de excelência e autenticidade cultural aliada à gestão interna moderna, flexível, empreendedora e muito dinâmica”, a Unlock tem como prioridade os clientes e o serviço prestado.
Como descreve a Unlock Boutique Hotels? Como surgiu a ideia de criar uma empresa de gestão de ativos hoteleiros?
A Unlock Boutique Hotels é uma empresa com um conceito único de gestão de hotéis boutique de pequena e média dimensão, com uma base altamente tecnológica. A Unlock tem-se afirmado no mercado como uma empresa que oferece soluções que acrescem as receitas, reduzem os custos e melhoram toda a operação das unidades hoteleiras. Sabemos que em Portugal existem cerca de 1500 hotéis independentes, sendo que, num número alargado de unidades, as áreas de gestão, vendas, marketing, promoção, tecnologia e logísticas, entre outras, podem ser otimizadas se incluídas numa rede específica para hotéis boutique. É neste contexto que surge a Unlock Boutique Hotels, que propõe gerir os ativos deste tipo de unidades, entre os 20 e os 120 quartos, com quadros altamente especializados, conhecedores do mercado hoteleiro a nível nacional e internacional, assente em plataformas tecnológicas que acrescentam valor real à receita e à redução de custos. A prioridade da Unlock são os clientes e o serviço que lhes é prestado, criando experiências genuinamente únicas, conceitos diferenciadores, equipas talentosas e orientadas para servir. É nisto que os hotéis boutique são realmente únicos e é nesta componente que a Unlock trabalha, ou seja, para o cliente e para dentro do hotel.
Quais são os pilares fundamentais desta empresa?
O capital humano é um dos nossos pilares essenciais. Temos uma equipa de gestão que combina mais de 40 anos de experiência na indústria hoteleira portuguesa, cuja expertise é fundamental para apoiar os hotéis a tomar decisões que rentabilizem as suas receitas. A Unlock tem três sócios com uma vasta experiência: o Adrian Bridge, o Martinho Fortunato e eu. Todos nós valorizamos primeiro os recursos humanos e o talento, pelo que a equipa da Unlock Boutique Hotels é uma equipa com elevada experiência em hotelaria e da confiança total dos sócios. Mas, para que tal seja possível, o enfoque é no cliente, no que cada unidade pode criar e proporcionar, no valor extra que podemos oferecer a todos os que nos visitam e, por isso, o capital humano e a sua qualidade é transversal a todas as funções. A isto acresce, tal como referido anteriormente, a forte orientação tecnológica, seja em gestão da distribuição de preços, comparativo de preços, gestão e otimização dos mesmos, medição da notoriedade da marca e relação com a elasticidade-preço, tal como no controlo de gestão, compras, marketing digital, entre outros. Podemos afirmar que é a primeira empresa focada em hotéis de pequena e média dimensão, assente em tecnologia de ponta, com parceiros internacionais de referência e com uma forte aposta no capital humano.
Com quantas unidades já contam?
Lançada há apenas cinco meses, a Unlock Boutique Hotels inclui atualmente no seu portefólio três hotéis em operação total, aos quais se junta uma grande novidade, que é a quarta unidade, em Évora. Estamos neste momento a desenvolver remodelações profundas e esperamos conseguir abrir no primeiro semestre de 2017. Esta nova unidade em Évora é, provavelmente, a unidade mais central, dentro das muralhas, a 200 metros da Sé Catedral de Évora, a antiga casa dos condes da Lousã, agora tornada num hotel de referência. Até ao final do ano, irá ainda entrar um quinto hotel, desta feita em modelo de Soft Services Brand Partner, no Algarve, o Marina Club em Lagos. Este novo modelo permite aos hotéis independentes manterem a sua própria gestão, mas pertencendo a uma rede de hotéis e assim usufruírem de todas as valências tecnológicas, rede de vendas, estratégias de marketing, melhores condições comerciais, entre muitas outras vantagens únicas que a Unlock oferece. Destaca-se também o membro mais novo em operação, o Monverde Wine Experience Hotel, adicionado ao portefólio este mês. Trata-se do primeiro hotel vínico da Região dos Vinhos Verdes, que apesar de contar apenas com um ano de existência é já uma referência, tendo inclusivamente sido distinguido com dois prémios Best of Wine Tourism (no ano passado foi eleito na categoria internacional de Arquitetura e Paisagem e este ano acaba de ser distinguido na categoria nacional de Alojamento), atribuídos pela Great Wine Capitals. O portefólio inclui também a Casa Melo Alvim, um solar de charme transformado no primeiro hotel temático dedicado à filigrana, situado na capital desta arte, Viana do Castelo; e o Hotel da Estrela, que ocupa o Palácio dos Condes de Paraty, em Lisboa, onde já funcionou uma escola, sendo, portanto, inspirado neste tema.
Como se processa a gestão das várias unidades que controlam?
Consideremos como base as referidas tecnologias que temos explicado, a rede comercial, as estratégias de promoção e marketing, os acordos com fornecedores, as ferramentas de controlo de gestão, e coloquemos on top um modelo de gestão integral da unidade ou um modelo em que o hotel mantém a sua gestão mas tem acesso a todas as restantes vantagens. Por fim, as últimas camadas são as equipas operacionais e o seu treino, os processos e os procedimentos de serviço para que a experiência seja memorável, sendo que, nesta componente, a Unlock oferece desde a definição dos standards ao treino das equipas, à monitorização dos serviços e respetiva medição.
Que áreas controlam nas diversas unidades que gerem?
Toda a gestão, desde vendas, marketing, promoção, tecnologia, logísticas, controlo de gestão, área financeira e até a arquitetura.
A Unlock Boutique Hotels beneficia das tecnologias exclusivas RateGain. Que soluções diferenciadoras oferecem aos vários hotéis?
A RateGain oferece serviços de comparação de preços, análise de reputação, yield management e gestão de vendas em canais online para a indústria do turismo. Apesar de ter entrado no mercado nacional há apenas três meses, conta já com escritórios em Lisboa e no Porto que servem mais de 70 hotéis, tendo nestes meses conquistado cerca de 20 novos hotéis. Uma plataforma que se destaca e é única no mercado é a plataforma que agrega um shopper, uma ferramenta de análise de reputação por parte dos clientes, uma plataforma de gestão de preço e um channel manager, designado por RateGain Unity, com condições altamente competitivas para os hotéis. Inclusivamente, a RateGain tem a figura de yield manager, que permite oferecer aos hotéis a gestão das vendas online, já com vários hotéis a trabalharem desta forma. Temos ainda mais tecnologias associadas, nomeadamente em integração com os principais sistemas dos hotéis (PMS).
Porquê a escolha de hotéis boutique?
Há evidências de que os hotéis de menor dimensão não têm capacidade de recursos humanos para gerir de igual forma todas áreas, permanecendo muitas vezes mais focados na operação, enquanto outras questões importantes para o negócio – relacionadas com o marketing, tecnologias, vendas, logística, compras, etc. – são deixadas para segundo plano. Portugal vive cinco anos de crescimento contínuo no setor do turismo, disputando oportunidades com alguns dos países mais competitivos do mundo. A nossa proposta é tirar partido deste contexto e investir na plataforma comercial dos hotéis, tornando-a mais ágil, mais sofisticada e, sobretudo, mais eficiente, trabalhando os mercados internacionais, mas também permitindo otimização de custos. No entanto, também os hotéis boutique podem oferecer um serviço de qualidade, altamente profissional, mas ao mesmo tempo familiar. É neste mix, cada vez mais procurado pelo mercado, que a Unlock desenvolve em pleno a atividade de gestão de hotéis.
No caso específico da Casa Melo Alvim, já é possível avaliar o impacto que a entrada da Unlock Hotels teve em termos de faturação?
Tivemos um impacto significativo e a Casa Melo Alvim tornou-se num verdadeiro ponto turístico do centro histórico de Viana do Castelo, atraindo não só mais hóspedes, mas também visitantes que lá se dirigem apenas para visitar aquela que é já reconhecida como a maior montra comercial de filigrana. Em simultâneo, abrimos o restaurante Porta 93, em parceira com a chef Mariana Neto Parra, que tem tido um enorme sucesso.
O que foi alterado naquela unidade hoteleira?
A Casa Melo Alvim é um hotel de charme, instalado num dos mais antigos solares urbanos, rodeado de um enquadramento histórico e cultural ímpar. A Casa retrata, inclusivamente através da manutenção de grande parte da traça original, de decoração e mobiliário de época, vários momentos da arquitetura portuguesa – o Manuelino, o estilo “Chão”, o Barroco e o Romântico. Para preservar e acentuar este património histórico e cultural, a Unlock Boutique Hotels dedicou à Casa Melo Alvim uma das mais reconhecidas artes da região, a filigrana, que remonta aos Fenícios e é hoje imagem de marca do Minho.
No caso do Hotel da Estrela, o que já foi feito pela Unlock?
O portefólio Unlock distingue-se por incluir hotéis boutique que se diferenciam pelos seus conceitos únicos, intrinsecamente associados a experiências locais memoráveis para os hóspedes. No caso do Hotel da Estrela, este antigo palácio dos condes de Paraty foi, em tempos, uma escola e é essa memória que lhe dá o tema. Este hotel está a ser alvo de renovações e remodelações que pretendem destacar algumas das suas melhores características, tornando-o ainda mais apetecível, não só para os hóspedes como também para os lisboetas. Temos boas e grandes novidades que iremos apresentar nos próximos três meses. Os ajustes estão definidos e estamos a trabalhar com os nossos parceiros institucionais e de negócio, para que as novidades sejam impactantes, apreciadas e reforcem o Hotel da Estrela como destino de preferência em Lisboa.
Quais os objetivos que a Unlock traçou para o futuro?
O objetivo para 2016 era ter quatro unidades como membros da Unlock e, como já mencionei anteriormente, temos neste momento cinco e várias outras em estudo. Mas o mais relevante é, em cada unidade, a Unlock acrescentar valor real, e é nisso que trabalhamos todos os dias. Até ao final de 2017, pretendemos estender o nosso portefólio e atingir os 10 membros Unlock. Contudo, a nossa principal meta é diferenciarmo-nos cada vez mais pela construção de um portefólio com hotéis boutique únicos, que oferecem experiências exclusivas aos hóspedes, pela sua hospitalidade de excelência e autenticidade cultural aliada à gestão interna moderna, flexível, empreendedora e muito dinâmica.