Pedro Beltrão
Oficina do Livro
Logo a seguir às Invasões Francesas, com o país depauperado e ainda não completamente refeito do terror, as novas ideias liberais, a falta de competitividade face a uma Europa em grande desenvolvimento, a emergência de uma burguesia que vive da usura e dos empréstimos e a perda do Brasil geram pobreza, instabilidade e tensão que, por sua vez, criam reviravoltas no poder e nos costumes do povo. É neste período que vivem as duas condessas – Isabel e Maria Mância –, mãe e filha, ambas órfãs de pai desde pequenas, ambas viúvas em menos de três anos de casamento, ambas casadas pouco tempo depois de enviuvarem. Damas com elevada cultura adquirida em França e mal-entendidas pela sociedade do seu tempo, herdeiras ricas e da melhor fidalguia portuguesa, passam por grandes privações e desgostos.