Volkswagen ID. Buzz

PROPORÇÕES MODERNAS E TECNOLOGIA INOVADORA

A nova família de modelos 100% elétricos daVolkswagen tem vindo a conquistar diversos adeptos por esse mundo fora, sendo uma espécie de nova era para a marca, com produtos tão marcantes como alguns de outros tempos.

Quando o Volkswagen ID.3 foi apresentado, por exemplo, alguns dos responsáveis da marca afirmaram que estávamos perante um acontecimento tão importante como o lançamento do Beetle ou do Golf. E até acreditamos nisso, com o devido filtro, por nos encontrarmos num espaço temporal completamente diferente. Só que há uns tempos, a Volkswagen teve uma ideia brilhante, que foi a de misturar dois espaços temporais completamente diferentes. E o resultado foi o ID. Buzz.

O novo monovolume 100% elétrico da Volkswagen é como se fosse uma interpretação moderna do histórico Volkswagen Bus. É quase como se o modelo original do início dos anos 50, tivesse viajado até 2050 para um restyling e depois regressado à “nossa” atualidade sob o formato deste ID. Buzz. Se perdermos algum tempo a olhar para a carroçaria, de preferência com algumas imagens do modelo original por perto, vamos encontrar inúmeras semelhanças e detalhes que nos recordam os seus antecessores. Seja o visual “simpático” da secção dianteira, ou o formato da carroçaria com a frente mais inclinada que a traseira, totalmente vertical.

E se está a perguntar porque é que escolhemos o ano 2050, bem, é simples, basta olhar para as imagens. Ao lado de modelos atuais, como o Volkswagen Multivan, por exemplo, o Volkswagen ID. Buzz parece um modelo vindo do futuro, mas com inúmeros traços do passado. E só estamos a falar da estética, ainda nem sequer passámos para a parte da mecânica.

A unidade que nos foi disponibilizada pela Volkswagen para este ensaio, contava com uma combinação de cores muito original (Laranja Energetic na parte de baixo e Branco Candy na parte de cima) e que não passa certamente despercebida em lado nenhum. O duplo tom da carroçaria também nos remete para o modelo original, mas depois, encontramos grupos óticos que seriam impossíveis de fabricar nos anos 50, tanto à frente como atrás, e jantes com 21 polegadas de diâmetro, algo que também era impensável nessa época. Para os maiores fãs do Bus original, há ainda detalhes como os que encontramos na lateral dos pilares traseiros e que serviam para ventilar o calor do motor, que estava posicionado na parte de trás.

Tração traseira, motor elétrico

No Volkswagen ID. Buzz, o motor também se encontra atrás, mas como é elétrico e está posicionado diretamente no eixo, nem damos pela sua presença. Até porque também não faz barulho. E claro que as saídas de ventilação dos pilares são apenas decorativas, pois este motor não tem essa enorme necessidade de refrigeração.

Em contrapartida, enquanto o modelo original dos anos 50 tinha uma potência máxima em torno dos 30 cavalos, o novo ID. Buzz tem mais de 200, que também são encaminhados para o eixo posterior. E pronto, o peso também era diferente. Há 70 anos, o Volkswagen Bus tinha versões que não chegavam a pesar uma tonelada e agora, o ID. Buzz tem mais do dobro, cerca de 2,5 toneladas.

Ainda assim, com o motor de 204 cavalos e as 2,5 toneladas, a Volkswagen anuncia uma autonomia máxima em torno dos 420 quilómetros para o ID. Buzz. E com o acesso a um carregador rápido (170 kW), será possível carregar a bateria de 77 kWh entre os cinco e os 80% em aproximadamente 30 minutos.

Num ritmo tranquilo e com algumas deslocações em ambiente citadino, a facilidade com que o ID. Buzz desliza pelo asfalto e vai regenerando energia, faz com que não seja difícil registar médias de consumo em torno dos 20 kWh para cada 100 quilómetros. Já em autoestrada (e sem grandes hipóteses de regeneração), este valor pode aumentar, ainda que não seja difícil adotar um ritmo e um modo de condução que vá beneficiando o gasto de energia. Em contrapartida, é nos ambientes mais urbanos e nos parques de estacionamento mais estranhos que o ID. Buzz demonstra a sua facilidade de manobra, através de um ângulo de viragem das rodas bastante amplo e que nos permite “encaixá-lo” em quase todos os recantos.

Habitáculo retro moderno

Talvez inspirada em alguns dos modelos dos anos 50, a Volkswagen escolheu um conjunto de tons mais claros para todo o habitáculo, combinados com apontamentos da mesma cor da carroçaria, o que dá origem a uma combinação quase personalizada. Não sabemos como poderá ficar todo este ambiente mais claro dentro de uns anos, depois de uma utilização familiar mais intensa, mas, para já, esta escolha deixa o habitáculo do ID. Buzz mais cativante e acolhedor.

Ao volante, a posição de condução pode dar a ideia de que estamos sentados num carro de trabalho, devido à maior altura e ao formato de todo o conjunto, especialmente quando olhamos pelo espelho retrovisor. Mas não, na realidade, o ID. Buzz até nem se conduz de uma forma muito afastada de um automóvel convencional. A coluna da direção está bem posicionada e oferece regulação em altura e profundidade. E mesmo na “moldura” da parte de cima do volante, está o pequeno mostrador que assume o papel de painel de instrumentos. Este, tem um tamanho compacto, mas, tal como em outros modelos da família ID, oferece apenas a informação essencial para a condução, como a velocidade, as informações do computador de bordo e dos sistemas de segurança, mas também a posição da caixa de velocidades, a autonomia e a percentagem de carga disponível na bateria. Todas as outras informações passam para o monitor central, com comando tátil.

Nos lugares traseiros, o ambiente em termos de cores mantém-se, mas aqui, as semelhanças com uma versão mais comercial acabam por ser mais evidentes. Os assentos traseiros, por exemplo, não se podem retirar, apenas rebater, pois são um conjunto único e não assentos individuais. E se está a pensar na possibilidade de instalar mais assentos, numa terceira fila, por exemplo, isso não será possível.

O Volkswagen ID. Buzz tem apenas cinco lugares e um enorme espaço destinado a bagagem. Ou carga. No caso de preferir uma versão com mais lugares, teremos de esperar pela opção de carroçaria (e distância entre eixos) mais longa deste modelo, que a Volkswagen já apresentou e que deverá chegar ao mercado no próximo ano. E essa sim, terá uma lotação máxima de sete lugares.

 

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