TEM SIDO FANTÁSTICO assistir ao crescimento acelerado do mercado dos automóveis elétricos nos últimos anos e ao surgimento de novas marcas e modelos. No caso da Polestar, a sua origem nórdica partilha a mesma casa com a Volvo, sendo notória a ligação entre as duas através de diversos componentes. Ainda assim, a Polestar assume uma postura Premium e mais original, além de não incluir automóveis com motores de combustão na sua gama. Apenas 100% elétricos.
O Polestar 2 foi o seu primeiro modelo de grande produção, depois de um híbrido plug-in que esteve apenas disponível numa série muito limitada. A gama inclui algumas opções em termos de autonomia e potência, sendo que no topo da oferta está um pacote de equipamento que inclui um conjunto de elementos destinados a melhorar a condução e as prestações deste modelo. Mas para Thomas Ingenlath, o CEO da Polestar, isso não foi suficiente.
O responsável máximo da marca sueca quis algo ainda mais especial e pediu à sua equipa para desenvolver uma versão experimental, usando componentes mais especiais, previamente selecionados e que elevasse o seu desempenho até algo que fosse mesmo muito especial. Aliás, o resultado foi tão especial que este Polestar 2 único rapidamente conquistou a alcunha “The Beast”. E uns tempos mais tarde, no meio da reunião destinada a escolher o que iam levar até ao Festival de Goodwood, foi criada uma edição experimental deste modelo, inspirada em “The Beast” e que acabou por dar origem a edição muito limitada do Polestar 2, o BST edition 270.
A versão equipada com dois motores elétricos e com uma potência máxima de 476 cavalos anunciava uma aceleração dos 0 aos 100 km/h em apenas 4,4 segundos e uma dinâmica muito mais apurada. Para isso, a Polestar incluiu um conjunto de amortecedores da Öhlins com duas vias ajustáveis e molas 20% mais rígidas, que deixam a carroçaria rebaixada em cerca de 30 mm. Além disso, foram incluídas jantes Gloss Black Diamond Cut com 21 polegadas de diâmetro, que receberam a companhia de um conjunto de pneus da Pirelli P Zero Rosso mais desportivos.
Também com o objetivo de otimizar o seu desempenho, foi adicionada uma barra estabilizadora em alumínio na suspensão dianteira e uma atualização do software mais focada nas prestações e na otimização de funcionamento dos seus dois motores elétricos. Tudo com o objetivo de tornar este automóvel elétrico numa das experiências de condução mais emotivas, ainda que na categoria dos modelos que conseguem fazer tudo isto sem emitir qualquer tipo de ruído.
Visualmente, o Polestar 2 BST edition 270 distingue-se pela sua postura mais desportiva, com uma altura inferior ao solo face às versões convencionais, mas também pela presença de para-choques mais desportivos, saias laterais e outros detalhes capazes de fazer a diferença. A decoração específica com o algarismo “2” da sua designação está disponível apenas como opção, tal como os acabamentos de cor disponíveis para esta versão: Snow, Thunder e Thunder em conjunto com uma película 3M Battleship Gray de efeito acetinado, destinada a realçar ainda mais as linhas deste modelo.
Ao aceder a bordo, a primeira coisa que se destaca é o minimalismo do seu interior. A marca sueca optou por um design simples e moderno, sem excessos de botões ou ecrãs, simplificando consideravelmente a sua utilização. O painel de instrumentos totalmente digital é muito intuitivo e personalizável, permitindo ao condutor escolher as informações que pretende ver. Destaque ainda para o sistema de som Harman Kardon, que proporciona uma qualidade sonora excecional.
A posição de condução é excelente, com os bancos desportivos em pele que oferecem um bom apoio lateral e ainda melhoram a experiência. Ainda a bordo, o espaço disponível é bastante generoso, tanto para os passageiros como para a bagagem, que inclui uma bagageira com uma capacidade acima dos 400 litros.
A autonomia do Polestar 2 BST Edition 270 é de 540 quilómetros, de acordo com o ciclo WLTP, o que é bastante impressionante. A bateria de 78 kWh pode ser carregada até 80% em apenas 40 minutos num carregador rápido DC de 150 kW. Mas mais do que todos estes valores e dados técnicos, o principal objetivo deste projeto foi criar algo que fosse extremamente cativante de conduzir, com um desempenho muito acima da média, enquanto mantém o lado mais prático de utilização de um automóvel elétrico numa convencional rotina diária.
Com uma edição limitada a apenas 270 unidades, tal como a sua designação anuncia, o Polestar 2 BST edition 270 conseguiu chegar a Portugal numa unidade destinada a testes de imprensa, com o qual tivemos oportunidade de passar uns dias. As primeiras impressões mostram-nos um automóvel mais desportivo e que nos desafia a mais momentos de condução de intensidade elevada.
Os equipamentos adicionados pela Polestar nesta versão fazem uma diferença considerável em termos dinâmicos, sem a necessidade de adicionar potência adicional ou mesmo efeitos sonoros que tentam iludir quem está ao volante em algo menos real. Com o Polestar 2 BST edition 270, a condução mais apurada obtém-se à maneira antiga, com um enorme foco no chassis e no desempenho, e esse passa a ser de imediato um dos seus principais trunfos.
Em contrapartida, o facto de se tratar de um automóvel elétrico continua a incluir o problema relacionado com o peso extra inerente à presença de um sistema deste género, que se contrapõe às vantagens de utilização diária de um automóvel elétrico. Mas neste caso, esta rotina até pode incluir um troço de estrada mais sinuosa a caminho de casa.
