Nova família de híbridos Renault chama-se E-Tech 

Depois de diversos anos em desenvolvimento, a família de versões híbridasda Renault está finalmente pronta para entrar em comercialização. Distingue-se pela designação E-Teche está disponível para encomenda nas gamas Clio, Capture Mégane, perfeitamente ajustadas a cada um dos modelos. 

A viagem foi longa e nada fácil. A busca da melhor solução híbridafez com que a Renault tivesse passado diversos anos em desenvolvimento, com o objetivo de encontrar a configuração mais adequada aos seus modelos e conquistar uma fatia de mercado no mundo dos híbridos. Foram testadas diversas soluções, desde a mais simples à mais complexa, com algumas delas a ficarem tão perto da produção que chegaram mesmo a estar presentes em apresentações dinâmicas de novos modelos, para que pudessem ser testadas pela imprensa.Mas agora, a viagem inicial parece estar completa e as versões híbridas da marca francesa estão finalmente prontas para entrar em comercialização. Antes de lhe falarmos mais um pouco sobre estas novas versões,não podemos deixar de relembrar que estamos perante uma das marcas que mais tem investido na eletrificação e que já conta com uma vasta experiência de modelos elétricos em circulação.O Renault Zoe é um dos modelos mais comercializados, mas a marca francesa também tem disponível uma versão elétrica do Twingoe conta com uma gama de comerciais igualmente motorizados com a ajuda da eletricidade. Além de tudo isto, a participação da Renault no campeonato do mundo de Fórmula 1 também contribuiu para o teste e desenvolvimento de diversos sistemas, herdados diretamente do mundo da competição para esta nova família de híbridos. A nova família híbrida E-Techda Renault terá (para já) versões nas gamas Clio, Capture Méganee incluirá dois sistemas diferentes. Um mais convencional e destinado a deslocações mais curtas no caso do Renault Clio e dois com a possibilidade de carregamento através da rede (plug-in), destinado ao Capture ao Mégane.Na base destes sistemas está a motorização a gasolina de 1,6 litros desenvolvida no seio das marcas da Aliança Renault, Nissan e Mitsubishi, especificamente para estas versões, mas também os dois motores elétricos que fazem parte do sistema: um principal e um auxiliar, destinado a comandar a caixa de velocidades sem embraiagem, uma das tecnologias herdadas da competição. 

Renault Clio E-TechHybrid 

Uma versão eletrificada do Renault Clio era algo muito antecipado há diversos anos. No entanto, sempre que questionámos a marca sobre este ponto, a resposta que sempre recebemos foi que a versão elétrica do Renault se chamava Zoe. A semelhança dos dois modelosem termos de formato e tamanhosempre fez com que o Clio não precisasse de ter uma versão totalmente elétrica. E depois, esta resposta também se destinava a encobrir de certa forma os planos da marca em lançar no mercado uma versão híbrida do seu modelo mais vendido de sempre. Os segredos começaram a ser revelados com maior despreocupação na apresentação internacional do novo Clio,que decorreu aqui mesmo em Portugal. Apesar de ainda não o podermos conduzir, já estava disponível um expositor com esta nova motorização, acompanhada de um dos engenheiros responsáveis pelo seu desenvolvimento, que nos explicou esta nova ideia da caixa de velocidades sem embraiagem e da presença dos dois motores elétricos, ainda que com funções diferentes. Em conjunto com o tal motor de 1,6 litros, mas também com a presença de um conjunto de baterias de 1,2 kWh(230 V), o pequeno Clio oferece um desempenho bastante eficiente e pensado para passar a maioria dos seus dias em ambiente citadino. É aqui que consegue a sua maior dose de eficiência, ao registar consumos na ordem dos 4,5 litros a cada 100 kme emissões poluentes abaixo dos 100 g/km de CO2. O seu peso total fica apenas 10 kgacima do Clio equipado com o motor dieselde 115 cv, pelo que não vão existir muitas diferenças do ponto de vista dinâmico. A bateria destinada a alimentar o sistema elétrico está instalada em cima do eixo posterior, mas não rouba qualquer espaço à bagageira, que se mantém nos 300 litros. E caso deseje transportar algum objeto de maiores dimensões, os assentos traseiros poderão ser rebatidos, tal como acontece nas versões mais convencionais da gama Clio. O motor de combustão e os dois elétricos conseguem gerar uma potência máxima combinada do sistema em torno dos 140 cv, mais do que suficiente para o Clio e para o ritmo citadino em que vai passar a maior parte do tempo. A Renault indica que, graças à eficiência do sistema, oClio poderá passar 80%do tempo de condução em modo 100%elétrico, o que representa um ganho de 40%no consumo de combustível, sem alteração dos hábitos de condução. No entanto, como todas as pessoas que já conduziram um modelo deste género já sabem, os hábitos de condução são algo que mudamos de imediato assim que arrancamos, tentando consumir o mínimo de combustível que seja possível e aproveitando todo e qualquer momento de condução puramente elétrica. Para nos ajudar neste ponto, a versão híbrida do Renault conta com diversas soluções destinadas à recuperação de energia, como aquela que conseguimos quando tiramos o pé do acelerador enquanto o carro ainda está a abrandar, ou a que conseguimos gerar com a ajuda do sistema de travagem quando estamos a reduzir a velocidade. Com a caixa na posição B (brake) acapacidade de regeneração é ainda maior, chegando mesmo a travar o carro, sem que se tenha de carregar no pedal do travão. Neste modo, a desaceleração é consideravelmente superior, pelo que são ativadas as luzes de travagem quando se justifica. No início da condução, o sistema terá sempre selecionado o modo 100%elétrico, deixando que o motor de combustão acorde apenas quando é necessária um pouco mais de potência ou quando a carga da bateria se aproxima dos níveis mais reduzidos.Em modo puramente elétrico, o novo Clio E-Techpode alcançar velocidades próximas dos 75 km/h sem ativar o motor de combustão, mas com a ajuda dos 140 cvdo sistema, a Renault anuncia que a aceleração dos 80 aos 120 km/h demora apenas 6,9 segundos. 

 Renault CapturE-Tech Plug-In Hybrid 

Além da recente renovação a que foi sujeito, o SUV de tamanho mais compacto da Renault também conta agora com uma versão híbrida, ainda mais completa do que a que encontramos no Clio, graças à possibilidade de podermos carregar o sistema elétrico através da rede.A maior capacidade do sistema inclui umconjunto de baterias de 9,8 kWhe 400V, o que se traduz em cerca de 50 kmde autonomia totalmente elétrica num percurso misto e em 65 kmcaso as deslocações sejam essencialmente em ambiente citadino (onde há mais possibilidades de regeneração de energia). A potência combinada do sistema chega agora aos 160 cvde potência, mas mantém-sea mesma configuração do motor de combustão a gasolina com 1,6 litros de capacidade e dos dois motores elétricos com a caixa de velocidades sem embraiagem integrada no conjunto.Segundo os dados divulgados pela Renault, o Capturhíbrido consegue alcançar os 135 km/h de velocidade máxima em modo puramente elétrico, mas também consegue registar médias de consumo em torno dos 1,5 litros a cada 100 kme emissões poluentes de apenas 32 gde CO2/km. A tomada de carregamento do sistema elétrico está instalada do lado direito da carroçaria e inclui um esquema de cores para indicar o modo em que se encontra. Se estiver azul,quer dizer que se encontra em carga,e se mudar para verde, significa que a carga está completa. O tom laranja indica que o sistema está em espera por algum motivo e uma luz vermelha mostra que o carregamento não está a ser efetuado. Para carregar o sistema elétrico numa convencional tomadadoméstica são necessáriastrês a cinco horas de carga. 

 Renault MéganeE-Tech Plug-In Hybrid 

O terceiro elemento da família de versões híbridas da Renault era o menos esperado dos três, mas a eficiência do sistema que também está presente no Capturé tão elevadaque a marca francesa optou por integrá-lo igualmente na gama Mégane.Em termos de autonomia num modo puramente elétrico,contamos com os mesmos 50 kmnum percurso misto e com os 65 kmse circularmos sempre em cidade. Tal como também acontece com o Captur, este novo sistema híbrido conta com três modos de condução (Pure, MySensee Sport). O primeiro bloqueia o sistema no modo totalmente elétrico enquanto a carga existente no conjunto das baterias o permitir. O segundo otimiza o sistema automaticamente consoante o que vamos exigindo do mesmo, mas inclui a função “E-Save”, que nos permite guardar a carga disponível na bateria para uma utilização posterior em modo puramente elétrico. Finalmente, o modo desportivo otimiza os préstimos do motor de combustão e dos dois elétricos para oferecer o máximo de potência e desempenho ao Mégane(ou ao Captur), com o objetivo de melhorar a experiência de condução da melhor forma possível. Comum a estes três novos modelos é a conectividade com o mundo que os rodeia, permanente e com a capacidade de receber atualizações através da Internet. Estas atualizações permitem o acesso a novos mapas do sistema de navegação, mas também aos preços dos combustíveis em torno do carro e à disponibilidade dos pontos de carregamento por onde vamos passando.Através do sistema de multimédia Easy-Link podemos ver igualmente, em tempo real, como está a funcionar o sistema híbrido e para onde se está a dirigir a energia. E graças a este patamar de conectividade, podemos ainda usar a aplicação MyRenault para informações como a carga da bateria ou, no caso das versões plug-in, para agendar a hora desejada de carregamento, de forma a que o Capturou o Méganeestejam sempre prontos para arrancar quando for necessário. As versões híbridas da Renault identificam-se pela designação E-Techque poderemos descobrir na tampa da bagageira ou no pilar central de cada um destes modelos. Numa fase de lançamento, a Renault terá disponíveis as versões Edition, baseadas no nível de equipamento Intense, mas com a adição de diversos elementos na carroçaria,num tom semelhante ao cobre e com a designação da versão na porta do condutor, por baixo do espelho retrovisor.