UM DESIGN MENOS CONVENCIONAL, MODERNO E REQUINTADO
Depois da chegada do DS 9, o maior dos SUV da marca parisiense perdeu o seu estatuto de topo de gama. No entanto, com a mais recente renovação do DS 7, ficamos na dúvida se este não volta a conquistar o seu título. Nesta nova geração do DS 7, que deixou de se chamar Crossback, a DS Automobiles conseguiu manter um formato praticamente inalterado e com dimensões muito semelhantes, mas com uma imagem visivelmente mais sofisticada.
As novidades começam com a inclusão da nova assinatura visual, que a marca designa por Light Veil e que é composta com um conjunto de traços verticais de cada lado da secção dianteira. Os grupos óticos principais têm um desenho mais esguio, mas a grande diferença é que todas as linhas da carroçaria do DS 7 lhe conferem agora uma postura mais desportiva e encorpada. Há jantes de maiores dimensões, detalhes ainda mais exclusivos e soluções de pormenor para as quais poderíamos ficar a olhar durante algum tempo. Além disso, uma boa quantidade de traços e vincos são agora mais horizontais, o que, visualmente, nos transmite a ideia de que o DS 7 é ainda mais largo e com uma altura mais reduzida.
Mesmo no centro da grelha frontal, o logótipo “DS” identifica de imediato a marca, mas na secção traseira, além da combinação das duas letras, está também a combinação completa das letras “DS Automobiles”, dando ainda mais ênfase à maior largura da carroçaria. Mais uma vez, também aqui é visível o trabalho dos designers da marca, ao conseguir manter os traços gerais do modelo anterior, mas com a tal imagem mais sofisticada.
A bordo
No habitáculo, a ideia é praticamente a mesma. Ou seja, há muitas semelhanças com a geração do DS 7 anterior, mas com traços e equipamentos mais modernos. Por exemplo, no topo do tablier, mesmo ao centro, continua a estar visível o relógio analógico com a assinatura da B.R.M., mas agora, por baixo deste, está um monitor tátil muito maior, com uma diagonal de imagem acima das 12 polegadas e uma resolução melhorada. Além disso, mesmo em frente ao condutor, o painel de instrumentos também já é totalmente digital e personalizável, sendo possível selecionar diversos widgets com as informações que preferimos.
Em termos de espaço, a maior distância entre eixos trouxe uma maior liberdade de “arrumação” a bordo do DS 7, sendo que essa é muito mais percetível por parte de quem viaja nos lugares traseiros. Ainda que continuem a ser apenas duas pessoas na configuração ideal, pois neste segmento ninguém quer viajar a dar com os cotovelos em quem está ao seu lado, a bordo do DS 7 conforto é algo que não falta. Além do espaço disponível, há também uma atenção muito cuidada a diversos dos detalhes que nos rodeiam e que incluem materiais de qualidade elevada e uma montagem mais rigorosa. Os assentos forrados em pele ou com microfibras, nas opções mais desportivas, trazem um ambiente mais exclusivo, sendo que também não faltam os sistemas de massagem, aquecimento ou ventilação, além dos comandos elétricos para as diversas regulações que estão disponíveis.
Do lado mais prático de uma utilização diária, o tamanho de SUV do DS 7 inclui uma bagageira com mais de 550 litros, sendo que neste espaço, há um compartimento sob o piso, que é perfeito para guardar a bolsa dos cabos destinados ao carregamento da bateria do sistema.
Prestações interessantes
Na versão de topo, o sistema híbrido plug-in do DS 7 inclui uma motorização a gasolina com 1,6 litros de capacidade e 200 cv de potência. No entanto, além desta, estão ainda presentes dois motores elétricos, um em cada eixo, com um valor de potência a rondar os 110 cv. Quando combinados, conseguem oferecer uma potência máxima em torno dos 360 cv, que consegue passar para as quatro rodas, contribuindo para prestações bastante interessantes. Entre os valores disponíveis, destaque para os 5,6 segundos necessários para acelerar dos 0 aos 100 km/h e para a velocidade máxima anunciada em torno dos 235 km/h.
O sistema elétrico é alimentado por uma bateria com uma capacidade máxima de 14,2 kWh que, segundo a marca, ajuda a conseguir uma autonomia máxima em modo puramente elétrico em torno dos 65 quilómetros. Caso não saia muito da cidade, onde se conseguem muitos mais momentos de regeneração de energia, a autonomia poderá mesmo superar os 80 quilómetros.
Com uma afinação mais desportiva da suspensão, jantes de maiores dimensões e pneus de baixo perfil, o DS 7 não consegue “disfarçar” muitas das irregularidades do piso. No entanto, para compensar, faz com que as suas duas toneladas pareçam bem mais comedidas e ainda oferece uma dinâmica cativante à medida que estradas vão ficando cada vez mais sinuosas. E para acompanhar as prestações desta opção mais desportiva, está também presente um sistema de travagem mais poderoso, com discos de 380 mm no eixo dianteiro e 290 mm no eixo posterior.
Inspiração parisiense
Ao entrar na cidade, o DS 7 mostra mais facilmente as características que herdou do ambiente que se vive na capital francesa. Enquanto houver carga na bateria do sistema híbrido plug-in, desliza pelas avenidas em puro silêncio e com uma percentagem muito baixa do ruído exterior a chegar ao habitáculo, graças a um isolamento acústico bastante cuidado. Uma “condição” perfeita para conseguir usufruir do excelente sistema de som que a Focal desenvolveu especificamente para este modelo.
Pode parecer estranho, mas a inspiração parisiense faz mesmo com que o DS 7 tenha um visual menos convencional e mais distinto, especialmente nos ambientes mais urbanos. Entre todos os SUV com um tamanho semelhante que encontramos pelas marcas do grupo Stellantis, o DS 7 é muito bem capaz de ser o mais requintado e isso também acaba por se refletir no preço. Apesar disso, bastam uns minutos a bordo para comprovar que a DS Automobiles está mesmo a investir numa imagem muito especial para os seus modelos e que o seu desenvolvimento é pensado até ao mais pequeno detalhe. Mas sempre com uma enorme inspiração na cidade de Paris e nos traçosmais triangulares da sua icónica torre Eiffel.
