UM TOPO DE GAMA AVENTUREIRO – Anos depois de continuarmos a achar que o BMW X5 era o modelo mais indicado para qualquer família mais numerosa, graças ao espaço disponível a bordo e à facilidade com que despachava muitas das tarefas solicitadas em estrada, fosse no asfalto ou fora dele, a BMW provou que ainda havia um segmento acima por explorar e decidiu colocar no mercado o seu novo X7. Pelo algarismo presente na designação, é fácil perceber que se trata de uma versão aventureira do topo de gama da marca, o Série 7, e que a bordo iremos encontrar, certamente, uma elevada qualidade de materiais e um amplo espaço disponível para as sete pessoas que consegue transportar.
Ainda antes de entrar neste modelo, temos de gastar uns caracteres a falar do desenho da carroçaria, até porque este não é um SUV dos que passam despercebidos em lado nenhum. Afinal, são mais de cinco metros de comprimento e dois de largura, que poderão não facilitar as deslocações e estacionamentos mais citadinos, mas que também não costumam ser as maiores preocupações com os clientes que habitualmente escolhem estes modelos.
Além das suas proporções, o desenho deste modelo já gerou alguma controvérsia graças à sua imponente grelha dianteira, mas a verdade, temos de admitir, é que neste conjunto de tamanho generoso, esta mesma grelha parece estar perfeitamente integrada no conjunto e até nos habituamos às suas linhas. Além disso, tem do seu lado um conjunto de óticas mais esguias e que incluem os sistemas de iluminação mais recentes da marca, já com o sistema Laserlight que é oferecido em opção. Conta com um visual mais agressivo e com uma eficácia mais que comprovada depois de percorrer um conjunto de estradas em que a iluminação estava longe de ser uma referência, ao contrário da que encontramos neste X7.
ELEVADA QUALIDADE DE MATERIAIS – Uma vez a bordo, percebemos muito facilmente porque é que o 7 faz parte da designação deste modelo. Apesar de os traços serem muito semelhantes aos do X5, a escolha dos materiais no tablier, nos assentos e até nos painéis das portas, está num patamar claramente elevado, abrangendo no equipamento de série alguns dos elementos que no X5 são disponibilizados apenas como opção. Os assentos dianteiros, por exemplo, incluem diversas regulações elétricas e são refrigerados e aquecidos, mas também incluem a melhor escolha de pele e os padrões mais exclusivos, um pouco ao jeito do que acontece com o Série 7. Na segunda fila, as regulações dos assentos também são elétricas e permitem ajustar-se facilmente à deslocação mais longa que podemos imaginar, oferecendo um patamar de conforto digno de um topo de gama.
Não faltam as cortinas laterais de comando elétrico para as enormes janelas, as almofadas que complementam os encostos de cabeça, o aquecimento e refrigeração destes lugares da segunda fila e um teto panorâmico em vidro que vem desde os lugares da frente e se prolonga até aos da última fila, o que proporciona uma iluminação incrível a bordo.
AMPLO ESPAÇO DISPONÍVEL – Mas há mais. É que no X7 ainda temos uma terceira fila de assentos. Sendo que esta não é daquelas que se esconde debaixo do piso da bagageira e que raramente usamos porque não cabe lá ninguém. Nos dois lugares traseiros do X7 cabem dois adultos, que poderão viajar confortavelmente sem grandes limitações em termos de espaço, seja para as pernas ou mesmo em altura. E estes, também contam com um comando individual para o sistema de ar condicionado e não estão em clausura, pois as janelas laterais traseiras do X7 ainda têm uma dimensão generosa.
Um pouco mais atrás, na bagageira, há mais de 300 litros de capacidade para bagagem quando os sete lugares estiverem a ser usados, mas basta premir um botão na consola existente neste compartimento do lado esquerdo, para que os cinco assentos traseiros desapareçam automaticamente do campo de visão. Perfeito para aquela estante que estamos há meses a desejar ir buscar a uma conhecida loja de mobiliário. E o melhor, é que depois disso, também há um botão para colocar todos os assentos de volta no seu lugar e é tudo feito automaticamente, sem que seja necessário fazer mais nada.
ESTRADA FORA – Em estrada, o X7 continua a revelar os seus atributos de topo de gama. O conforto de rolamento é sublime e a suspensão pneumática presente de série suaviza a grande maioria das irregularidades do piso, mesmo quando viajamos em cima de jantes com 22 polegadas de diâmetro e pneus de perfil mais comedido. O motor disponível para esta versão 40d é o magistral bloco de seis cilindros em linha, que a marca tem vindo a desenvolver da melhor forma ao longo das últimas décadas. Nesta versão, já conta com uma potência máxima de 340 cv e tem um binário de 700 Nm, mas também inclui um sistema Mild-Hybrid de 48 volts com uma bateria específica, que dá uma ajuda ao motor de combustão sempre que necessário, além de se encarregar de todos os sistemas que possam existir a bordo e que sejam mais consumidores de energia, usando quase em exclusivo a eletricidade gerada pelo próprio X7 nas travagens e desacelerações, o que, no final da viagem, acaba por contribuir para uma média de consumo mais reduzida. As mais de 2,5 toneladas não o colocam na categoria dos modelos que mais desejaríamos conduzir numa estrada sinuosa, mas a potência disponível, a caixa automática Steptronic de oito relações, o sistema de tração integral e uma suspensão mais do que competente, mas também as barras estabilizadoras ativas e o controlo eletrónico da suspensão, acabam mesmo por não desiludir.
AMBIENTE A BORDO – O grande trunfo do X7 está mesmo no fantástico ambiente que oferece a bordo, com um patamar de conforto que poderia ser o da nossa sala de estar e com a presença de sistemas que o deixam sempre conectado com o mundo, seja nos momentos em que estamos a bordo, mas também quando não estamos. O sistema de som Surrond da Harman/Kardon soa deliciosamente aos ouvidos, mas os mais exigentes ainda terão à sua disposição um outro da Bowers and Wilkins muito mais exclusivo. O pacote estético da M confere um visual mais desportivo a este X7, tal como as jantes de 22 polegadas, mas nos tempos que correm temos de admitir que gostamos mais de escolher qual a massagem que vamos receber na próxima deslocação.