À FRENTE DO SEU TEMPO
Está quase a passar um ano desde que a Bentley nos tentou “passar” a ideia de que a versão do Bentayga com a distância entre eixos mais longa é que seria a nova aposta para o seu próximo modelo topo de gama. Uma decisão que tinha em conta as mais recentes tendências de mercado em termos de formato de carroçaria e que se focava numa atenção ainda mais cuidada ao habitáculo deste modelo, através dos melhores materiais, do visual mais elaborado e do ambiente mais elitista e luxoso. Só que, por muito sofisticada que seja uma versão do Bentayga, dificilmente será alcançada a presença e o porte que o Flying Spur consegue transmitir. E quem já teve a oportunidade de ver um ao vivo, sabe perfeitamente o que queremos dizer.
Os mais de 5,3 metros de comprimento, os quase dois de largura, o metro e meio de altura e o desenho da carroçaria que invoca as linhas mais clássicas de uma marca como a Bentley, mas com traços mais modernos e inacreditavelmente elegantes, fazem com que seja este o topo de gama da marca britânica e com poucas probabilidades de passar o testemunho. Mesmo não contando com o formato da moda, o Flying Spur consegue estar praticamente numa classe à parte em termos de presença.
Além do porte generoso, é também bastante interessante descobrir os inúmeros detalhes que existem no exterior do Flying Spur. A enorme grelha dianteira com as barras verticais relembra alguns dos modelos mais clássicos da Bentley e atualmente esta até pode receber um acabamento cromado ou negro, no caso das versões equipadas com o ‘Black Package’. Os grupos óticos dianteiros de maiores dimensões entram diretamente para a categoria de obras de arte do mundo automóvel e são dos elementos que expressam muito bem a atenção da Bentley ao detalhe.
Na lateral, os 5,2 metros de comprimento marcam uma presença incrível, mas sem que o Flying Spur se transforme num tanque de guerra de dimensões exageradas. E para acentuar o visual mais desportivo, se o cliente assim o desejar, estão presentes jantes de liga leve com uma dimensão que pode chegar às 22 polegadas de diâmetro.
Passando para a secção traseira, a forma como a Bentley encerra as linhas pronunciadas provenientes da frente e da lateral deste modelo, assume uma solução mais minimalista, com os grupos óticos em grande destaque, integrando o ‘B’ da Bentley esculpido no seu interior e iluminado por LED, mas também com o logo e as letras que compõem o nome da marca instalados no centro da tampa da bagageira. E como se trata da versão híbrida, há ainda quatro imponentes saídas de escape integradas na zona inferior do pára-choques.
Motorizações nobres e sofisticadas
Depois de um imponente motor W12 de seis litros com 635 cavalos de potência e de um V8 de quatro litros com a potência nos 550 cavalos, a gama Flying Spur ficou ainda mais interessante com a introdução da versão híbrida que aqui lhe apresentamos na sua última atualização. Trata-se de um sistema que inclui uma motorização térmica com três litros de capacidade e mais de 400 cavalos, mas também um motor elétrico de 136 cavalos e 400 Nm de binário, alimentado por uma bateria de 18,0 kWh. Quando funcionam em conjunto, conseguem que o Flying Spur Hybrid fique com um total de 544 cavalos e 750 Nm de binário, suficientes para fazer com que os mais de 2.500 quilos de peso do conjunto pareçam mais leves e o movimento mais fluido. Nos números mais convencionais dos divulgados pela marca, destaque para os 4,3 segundos que esta colossal versão híbrida demora a acelerar dos 0 aos 100 km/h, mas também para os 285 km/h indicados como o valor da velocidade máxima.
Um ambiente à parte
Muitos dos clientes do Flying Spur acabam por demorar mais tempo a otimizar o habitáculo ao seu gosto, do que a tratar de todas as opções que estão disponíveis para o exterior. Seja para um dia de condução, ou para uma noite em que prefere ser transportado no assento traseiro, o habitáculo do modelo mais imponente de Crewe é de um nível de requinte sublime e onde podemos aproveitar para explicar a diversas pessoas como o mundo automóvel evoluiu nos últimos anos, tal é a qualidade existente a bordo.
Todas as costuras, todos os comandos, a pele usada em quase todos os painéis e pequenos componentes, as saídas da ventilação, os rebordos de qualquer friso e o padrão impresso em diversos componentes de dimensão mais reduzida, fazem com que qualquer apaixonado pela arte que ainda encontramos no mundo automóvel consiga demorar horas a bordo a admirar cada detalhe.
O lugar de maior destaque é o traseiro do lado direito, que tem a possibilidade de se transformar numa espécie de chaise-longue, com o “empurrar” do assento dianteiro, e de usufruir de um sistema completo de massagens e climatização, mas também de um acesso (sem fios) ao comando que se destaca da consola central e permite controlar quase tudo a bordo. Seja a abertura e fecho das cortinas laterais e da traseira, o aquecimento ou refrigeração dos assentos ou a consulta dos mais variados menus do sistema de entretenimento, que tem um monitor dedicado nas costas dos assentos traseiros, qualquer motivo para se manter a bordo do Flying Spur é perfeitamente aceitável e compreensível.
Os mais apaixonados pelo mundo audiófilo podem contar com três patamares de soluções para o sistema de som da versão híbrida do Flying Spur. A base da oferta inclui um sistema de 650W com dez altifalantes, mas também está disponível uma opção desenvolvida pela Bang & Olufsen, com uma potência de 1.500W, divididos por 16 altifalantes e quatro modos de som DSP. No topo da oferta, no entanto, está o sistema que inclui a assinatura da Naim e que, além dos 19 altifalantes, conta com um amplificador de 2.200W com oito modos de DSP e um sistema ativo de processamento dos sons mais graves.
Os potenciais clientes da Bentley têm ainda acesso aos préstimos do seu departamento de personalização, que é também uma das empresas dedicadas à construção de carroçarias mais antigas do mundo. Através da Mulliner, poderá ser encontrada a configuração mais adequada ao estilo de cada cliente, por muito peculiar que esta possa ser.