PORTUGAL NO MUNDO
A OutSystems, multinacional portuguesa fornecedora de tecnologia para o desenvolvimento ágil de software empresarial, está a dar cartas em Portugal e no mundo. Paulo Rosado, CEO da empresa, orgulha-se do império que conseguiu construir e promete não baixar os braços.
Especializada em desenvolver aplicações para internet e dispositivos móveis, a multinacional portuguesa de software OutSystems existe desde 2001 e está espalhada pelo mundo. Esta empresa, que tem atualmente mais de 200 funcionários, oriundos de Portugal, Estados Unidos, Holanda, Polónia, Brasil e África do Sul, tem escritórios em Lisboa, Holanda, Brasil e Estados Unidos, entre outros. A empresa é 100% portuguesa e é financiada por capital de risco pela InovCapital e Espírito Santo Ventures. Proença-a-Nova assumiu-se como novo polo de crescimento para esta empresa que quis, deste modo, deslocar dos grandes centros para o interior o seu potencial humano, criando no concelho proencense “um polo para o mundo”. Mais do que criar uma unidade, a empresa diz que criou “uma comunidade”. Os profissionais vêm de todo o país e encontram, em Proença-a-Nova, o que necessitam para desenvolver a sua atividade profissional. Inicialmente, este município do interior não estava nos planos da empresa para a concretização do processo descentralizador, no entanto a postura autárquica, que valoriza as características da “concorrência, inovação e qualidade”, pesou nas contas finais, tal como afirmou Paulo Rosado, CEO da OutSystems. Enquanto houver “racionalidade, simplicidade e rapidez” por parte da Câmara de Proença-a-Nova, a empresa mantém-se no concelho”, comprometeu-se Paulo Rosado. Para aquele município esta foi uma oportunidade a não perder e revelou-se a “consolidação do projeto mais ambicioso que podíamos ter”, referiu João Paulo Catarino, presidente da autarquia de Proença-a-Nova. O autarca afirma que a instalação da OutSystems, para além de trazer emprego e contrariar a desertificação do interior, traz, igualmente, massa cinzenta para a região. O município, mediante um protocolo, cede, durante três anos, o edifício dos Paços do Concelho para instalação dos escritórios. Por seu lado, a empresa fornece serviços de consultoria e apoio técnico e presta colaboração na implementação das aplicações informáticas necessárias ao cumprimento do processo de inovação e modernização administrativa do município. Atualmente, a empresa tem clientes espalhados em 19 países e 70% da sua faturação é oriunda dos mercados externos, sendo a sua estratégia de abordagem internacional focalizada em regiões. Na opinião de Paulo Rosado, “Portugal é um país importante, damo-nos bem com as crises, mas é uma região que está estabilizada, enquanto os rácios de crescimento fora do país são muito mais altos”, disse, salientando os crescimentos nos EUA e na Europa.
Para admitir novos profissionais, a OutSystems realiza todos os anos uma ronda pelas universidades do país com o objectivo de recrutar licenciados e mestres em Engenharia Informática, com uma médida de idades de 25 anos, para trabalhar remotamente do interior do país para os clientes no resto do mundo. O reforço dos quadros da empresa que produz a OutSystems Platform está a ser feito para suportar a estratégia de crescimento e internacionalização, assegurando que contrata os melhores talentos para continuar a inovar e adaptar a OutSystems Platform às novas tendências do mercado e à evolução das necessidades dos seus clientes de todo o mundo. Este crescimento tem a ver, como explica o responsável pelo polo local de Proença-a-Nova, Ricardo Araújo, com o sucesso na entrega dos projetos e sobretudo com o aumento de clientes fora de Portugal. Um dos casos mais mediáticos é, sem dúvida, o Exército dos Estados Unidos, mas a empresa tem igualmente aumentado a sua carteira de clientes no Brasil e na área do Benelux, tendo entre os clientes algumas das maiores companhias do mundo no setor da energia. No caso do Exército dos Estados Unidos, a multinacional portuguesa já fornece um software para o Departamento de Defesa norte-americano capaz de fazer a migração dos sistemas existentes de forma “rápida, segura e eficiente”. O exército americano quer pôr em prática um plano para consolidar 962 centros de dados até 2015, sendo o principal objetivo a criação de uma infraestrutura de nuvem privada. “A rápida migração das aplicações existentes para uma arquitetura moderna baseada na cloud é um dos pilares das capacidades da OutSystems Platform “, afirmou, por seu lado, Paulo Rosado, CEO da multinacional. (…)