Empenhada em valorizar os produtos nacionais, a Associação Empresarial de Portugal (AEP) lançou uma campanha de sensibilização intitulada “Compro o que é nosso”. O principal objectivo é criar um novo estado de espírito na sociedade portuguesa.
Consciente de que os problemas económicos do nosso País só se resolvem criando riqueza e trabalho, a Associação Empresarial de Portugal está a levar a efeito a campanha “Compro o que é nosso”. Com esta iniciativa, a AEP visa sensibilizar o público para o consumo de marcas e de produtos portugueses, valorizando a produção nacional, a criatividade, o empreendedorismo, o trabalho, o esforço e a determinação. Outro dos objectivos é elevar a auto-estima dos empresários e dos trabalhadores, mobilizando-os para produzirem melhor e acreditarem que podem vencer o desafio lançado pela globalização. Um dos mentores da campanha é Paulo Nunes de Almeida, administrador da AEP.
Porque é que os portugueses compram produtos importados? É uma questão de preço? É pela qualidade? O que é que poderá pesar mais nessa decisão?
Hoje, os consumidores são pessoas bem esclarecidas e quando vão consumir sabem o que querem. O estudo de mercado que fizemos revelou que existem várias razões que levam a uma tomada de decisão, mas, obviamente, o preço é importante, especialmente no que se refere à relação qualidade/preço. Felizmente temos, em Portugal, um conjunto de produtos de qualidade que são a razão de ser deste projecto. Ele actua, pela primeira vez, e de forma integrada, no lado da procura e da oferta, mobilizando os empresários para colocarem no mercado produtos com mais qualidade, com mais valor acrescentado e com melhor preço. Nunca fomos contra os produtos importados, nunca apelámos a qualquer tipo de proteccionismo, e se de facto houve instituição que sempre defendeu a livre concorrência como a melhor forma de defender os interesses dos consumidores, foi a AEP. O que nós queremos é que haja cada vez mais produtos portugueses com qualidade.
A AEP já conseguiu angariar 250 empresas, que representam cerca de 1000 marcas. Que avaliação faz? Está satisfeito ou não com os resultados alcançados?
Os resultados superaram as expectativas. Quando avançámos sabíamos que era difícil, que envolvia uma alteração cultural, e um ano não chega para se obter resultados. Até ao momento não tivemos nenhum apoio público, tudo foi feito graças a dinheiro privado, da AEP, dos patrocinadores e dos aderentes. Mas o facto de termos já 250 aderentes, que representam mais de 1000 marcas, é um resultado muito positivo.
Quais são os requisitos necessários para uma instituição fazer parte deste programa?
Em primeiro lugar, ter um valor acrescentado nacional superior a 50%. Ter sede e marca registada em Portugal e cumprir um conjunto de regras que consideramos importantes: licenciamento, obrigações fiscais e responsabilidade social.(…)