AIR FRANCE 447 FALTA DE FORMAÇÃO DOS PILOTOS?
Dois anos para se concluir a causa do desaparecimento do Air France 447 do Rio de Janeiro para Paris em pleno oceano Atlântico. Relatório final fala em falha humana e técnica.
Dia 31 de maio de 2009, às 19 horas e 29 minutos. O voo Air France 447 parte do Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro-Galeão com destino a Paris. A bordo estão 228 pessoas, entre passageiros e tripulação. Na bagagem muitos levam sonhos por concretizar na Europa, outros levam a esperança de reencontrar familiares e outros a certeza de que vão passar momentos de divertimento a passear pelo Velho Continente. Nenhum poderia imaginar aquilo que iria ocorrer dali a poucas horas: a queda do avião. O Airbus A330-203 escolhido para a viagem era considerado um dos aviões mais seguros de sempre. A tecnologia a bordo fazia daquela aeronave o sonho da indústria aeronáutica: construir um avião à prova de erro humano. Isto porque alguns dos piores acidentes da história da aviação foram sendo causados exatamente por erros dos pilotos, ao invés de problemas técnicos com os aparelhos. É por isso que, hoje em dia, grande parte do tempo em que o avião está no ar, a condução é feita através de piloto automático. E era precisamente em piloto automático que o voo Air France 447 seguia quando se deu o problema. Terá sido mais seguro ou ter-se-ia evitado o acidente se os pilotos tivessem tomado a tempo o comando da situação? O último contacto humano com a tripulação do Air France 447 foi feito através de mensagens de rotina enviadas pelos controladores de terra brasileiros, quando o aparelho ainda estava dentro dos limites de vigilância dos radares brasileiros. Depois disso, o avião voltaria a aparecer, em condições normais, nos radares já da costa senegalesa, na África Ocidental. Mas nunca apareceu.
Cerca de quatro horas depois de partir do Rio de Janeiro, o avião começou a enviar uma série de mensagens automáticas emitidas pelo ACARS (Aircraft Communications Addressing and Reporting System), indicando problemas elétricos e de perda da pressurização da cabine. Dois anos depois, foi possível concluir o que aconteceu naquela noite: falhas técnicas e humanas, segundo o relatório final do Bureau d’Enquêtes et d’Analyses (BEA), organismo estatal francês responsável pela aviação. (….)