A Esfera dos Livros
Os sindicalistas que assumiram o controlo do Banco Espírito Santo deixaram o momento registado no livro de honra da instituição com letras maiúsculas: “AQUI ACABOU O DOMÍNIO DOS CRIMINOSOS MONOPOLISTAS, INIMIGOS DO POVO E DA REVOLUÇÃO – 11/3/75 ÀS 14 HORAS”. Estava prestes a entrar em ação o tenente Rosário Dias, assessor económico do primeiro-ministro. “Tenho informações de que neste momento os administradores do Banco Espírito Santo estão reunidos e vou lá prendê-los”, anunciou. Começou assim a vaga de prisões que atingiu as famílias Espírito Santo, Mello e Champalimaud, transformadas em alvos do poder revolucionário por terem apoiado o Estado Novo e por terem enriquecido com o regime.