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Em Portugal, frequentemente, o imaginário coletivo reduz os conceitos de “tradição” e/ou “direita” ao legado do Estado Novo e do seu arquiteto António de Oliveira Salazar. Numa narrativa com um compasso temporal de quase dois séculos de história política de Portugal, caraterizam-se os fenómenos mais representativos do anseio de encarnar a tradição: a primeira metade do século XIX, com o movimento miguelista; a alvorada do século XX, com Sidónio e o nacionalismo antiliberal; o Estado Novo com as diferentes facetas do ideário católico, monárquico, nacional revolucionário; o regime democrático, com as tentativas das direitas radicais e das direitas moderadas de redefinir os respetivos patrimónios doutrinários entre o fim do século XX e o princípio do novo milénio.