CADERNOS DA ÁGUA

Quetzal Editores

JOÃO REIS – “Última hora. Chegou à nossa redação a informação de que tropas russas terão atravessado a fronteira da Ucrânia e de que estarão a ocorrer confrontos com o exército ucraniano.” A notícia podia estar nas páginas de um jornal de hoje mas faz parte do novo romance de João Reis, escritor que acaba de ser nomeado para o Prémio Literário Internacional de Dublin e que em março se juntou ao catálogo da Quetzal com Cadernos da Água, uma história sobre o que nos poderia acontecer à mercê de uma extrema escassez de água.

O Estado português dissolveu-se e o território está sem lei. Deram-se as Guerras Meridionais da Água, o Primeiro e o Segundo Eventos, e até uma pandemia de rex vírus 3, que se espalhou pela Europa, pelo Médio Oriente e pelo Norte de África. Os países do Norte fecharam as fronteiras e interromperam o apoio financeiro que vinham a dar aos países do Sul da Europa, a “taxa do deserto”.

Numa história composta a múltiplas vozes, acompanhamos, de entre outras, a do registo escrito de uma refugiada portuguesa com a sua filha. O destinatário dos seus apontamentos é o marido, em parte incerta. “Salve-se: Poupe água” é o mote num futuro não muito longínquo, quando a realidade que estamos habituados a ver à distância pode, afinal, vir a ser a nossa.

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