ULISSES MARREIROS

DSC_0592“O HOTEL BELMOND LA RESIDENCIA É UMA UNIDADE MUITO ESPECIAL”

Gozando já de 32 anos de história, o hotel Belmond La Residencia está situado num local ímpar, no alto da serra de Tramuntana, Património Mundial da UNESCO. Ulisses Marreiros é o português que o dirige e que se empenha em brindar os hóspedes com um ambiente “nada pretensioso”. Distinguindo-se da restante oferta em Maiorca, mais do que um hotel, o Belmond La Residencia é “uma casa grande”, sublinha o diretor-geral. Com uma diversidade de clientes que variam em função da altura do ano, a unidade aposta em diferentes atividades que os cativam de forma única: “queremos continuar a ser inovadores nas experiências que oferecemos aos nossos hóspedes”. No futuro, pretende “continuar com uma forte presença” no rol dos hotéis de luxo de Maiorca e, para isso, vai oferecer já no próximo ano mais seis suítes, todas com piscina privativa.

Como descreve o hotel Belmond La Residencia? Qual o seu conceito?

O hotel Belmond La Residencia é uma unidade muito especial. Oferece 68 acomodações e todas as facilidades que um hotel disponibiliza, numa localização única, na serra de Tramuntana, uma zona que é Património Mundial da UNESCO. Este é um local muito bem frequentado, com uma alma muito forte e especial.

Quais são as principais apostas desta unidade?Belmond

A nossa principal aposta é oferecer um serviço, e todo um conjunto de atividades, para que os clientes possam relaxar e desfrutar de uma estada agradável, com um ambiente muito relaxante. Em suma, o que nos diferencia da maior parte dos hotéis existentes aqui é o facto de sermos uma casa grande, com um ambiente nada pretensioso.

Como é ser-se diretor-geral num hotel com a chancela Belmond? Quais as principais dificuldades?      E vantagens?

É fantástico. Esta é já a minha segunda incursão dentro da Belmond. Quando comecei a companhia tinha um outro nome e foi a partir de 2014 que alterou para Belmond, contudo, foi apenas uma questão de rebranding. Esta é uma companhia que me deu bastantes oportunidades para poder desenvolver a minha carreira e também me ajudou a conhecer uma quantidade enorme de clientes, de parceiros, de pessoas fantásticas. É uma companhia que está, neste momento, em grande expansão, e a verdade é que as pessoas vão continuar a ouvir mais e mais sobre a Belmond. Uma das minhas funções enquanto diretor-geral é ser embaixador desta marca.

Qual é o perfil dos vossos clientes?

Nós temos um mix de clientes bastante grande, dependendo das alturas do ano. Entre famílias que nos visitam durante os meses de julho e agosto e casais na casa dos 45/55 que nos visitam, normalmente, em temporadas mais baixas, durante os fins de semana.

Quais são as principais atividades promovidas pelo hotel? Quais as mais procuradas pelos hóspedes?

Este é um hotel de estação, ou seja, nós abrimos desde finais de março até ao princípio de novembro. No início e no fim da temporada temos muitos clientes da Europa Central, que nos vistam e que adoram fazer aqui as suas caminhadas, uma vez que temos trilhos verdadeiramente espetaculares. Deià sempre foi conhecida como uma aldeia de artistas, e por isso mesmo nós temos muitas atividades relacionadas com o mundo das artes. Para além de termos três artistas residentes no hotel, que ajudam os nossos clientes a pintar e lhes ensinam como fazer esculturas ou a trabalhar a cerâmica, oferecemos também uma outra atividade – que todos adoram – em que organizamos uma visita, não a um estúdio ou uma galeria – que são espaços abertos a toda a gente –, mas à casa dos artistas. Temos ainda 10 hectares que terreno, onde estão plantadas 1500 oliveiras – produzimos o nosso próprio azeite – e oferecemos um passeio, uma vez por semana, com os nossos burros – o Poncho, a Luna e a Alba. Levamos os nossos clientes pela serra e oferecemos um almoço tipicamente maiorquino num refúgio de montanha que temos nesse terreno. Durante os meses de verão, oferecemos a todos os hóspedes um passeio gratuito de barco, a partir do porto Soier, e temos depois as Vespas, que podem ser utilizadas para descobrir as vilas e aldeias mais próximas. Não poderia esquecer também os passeios de balão quente. Temos diferentes tipos de atividades – a maior parte delas gratuitas – que são muito bem aceites e que acabam também por influenciar a decisão dos nossos hóspedes de visitar a nossa propriedade e de poderem relaxar e desconectar do seu dia a dia.

CIMG8223De que países recebem mais turistas?

A maior parte dos clientes vem de Inglaterra. O hotel foi propriedade da Virgin durante muitos anos, o que acabou por marcar o mercado inglês, no qual viemos a ter um peso muito grande. Há três anos atrás, o mercado americano era quase inexistente e fizemos um esforço bastante grande para promover aí o hotel. Neste momento, o mercado americano é o nosso segundo maior mercado, algo inovador aqui em Maiorca.

Qual a importância do mercado português para a vossa unidade?

O mercado português é muito reduzido, representa, neste momento, menos de 1% da nossa ocupação. Embora o hotel tenha um diretor-geral português, com alguns contactos no mercado nacional, os hóspedes portugueses que nos visitam são, sobretudo, amigos. Nos últimos três anos, como disse, tentámos focar-nos de maneira muito forte no mercado americano e tivemos uma resposta fantástica.

O que podemos esperar no futuro do Belmond La Residencia?

Este é um hotel já com 32 anos, mas que continua empenhado em surpreender. Assim, no próximo ano vamos oferecer mais seis suítes, todas com piscina privada. Queremos continuar com uma forte presença no rol dos hotéis de luxo aqui de Maiorca e continuar a ser inovadores nas experiências que oferecemos aos nossos hóspedes, seja com atividades que sempre foram tradicionais, como os passeios de burro, que para os maiorquinos é algo banal, mas que para os clientes que nos chegam de Nova Iorque, Londres ou Munique é uma experiencia que dificilmente esquecerão.

Que marca pretende deixar no hotel?

Prefiro falar nas marcas que o hotel vai deixar em mim, mas espero ter sido útil, de alguma forma, na sua condução, para que ele seja sempre mais e melhor em todos os aspetos.

Se tivesse que descrever o Belmond La Residencia numa só palavra, o que diria?DSC_0575

Boémia.

No seu percurso profissional, qual foi a unidade que mais o marcou até aqui? Porquê?

Posso dizer que todas aquelas em que trabalhei me marcaram de alguma forma, uma vez que tive sempre a sorte de trabalhar em hotéis espetaculares, com pessoas espetaculares, onde pude conhecer hóspedes e parceiros fantásticos. Nesta fase da minha carreira não posso deixar de destacar o Reid’s Palace na Madeira, talvez por ter sido onde ocupei, pela primeira vez, o cargo de diretor-geral, porém, estou a adorar esta experiência maiorquina.