“PROFESSAMOS VERDADEIRAMENTE UMA PROXIMIDADE AO NOSSO HÓSPEDE”
Jorge Cosme está há três anos no comando das operações do Bairro Alto Hotel. Conseguindo “manter o DNA da empresa”, que na sua opinião “estava muito bem formatado”, o diretor-geral é apoiado por uma “excelente equipa” e acredita que o Bairro Alto Hotel está preparado para enfrentar “uma concorrência cada vez mais feroz e bem apetrechada”. Com uma localização “única”, em pleno “epicentro de Lisboa, entre o Chiado e o Bairro Alto”, este verdadeiro hotel de charme está “na linha da frente” e distancia-se de “outras unidades hoteleiras do género”, sublinha Jorge Cosme. Preocupando-se com o “acompanhamento integral” dos hóspedes, a unidade tenta “antecipar uma série de preferências e outras informações”, para que desta forma possa receber e agradar a todos.
Como descreve o Bairro Alto Hotel? O que o distingue das restantes unidades hoteleiras existentes?
É um hotel distinto, inserido num edifício do século XVIII, totalmente “encaixado” na traça arquitetónica da Baixa pombalina. Tem uma localização única, em pleno epicentro de Lisboa, entre o Chiado e o Bairro Alto. O facto de ser um verdadeiro hotel de charme, onde o conceito de boutique hotel está bem delineado, ajuda-nos a estar na linha da frente e a distanciarmo-nos de outras unidades hoteleiras do género.
A localização é a vossa melhor arma?
Acreditamos que a nossa localização será responsável por apenas um terço do sucesso do Bairro Alto Hotel. Não lhe podemos dar toda a responsabilidade. Acreditamos que o serviço e toda a infraestrutura (um edifício histórico e com história, os quartos, o terraço, o restaurante, etc.) serão os restantes ingredientes para toda a notoriedade que temos tido desde a nossa abertura, em 2005. Obviamente que, pelo facto de cuidarmos atentamente de todo o nosso “produto”/património, asseguramos que os nossos clientes e hóspedes valorizam a sua estada e, acima de tudo, retornam ao seu hotel favorito.
Qual o perfil dos vossos clientes?
Maioritariamente lazer. Embora tenhamos também alguns hóspedes de segmento business.
Quais são as principais apostas desta unidade? Quais são as atividades mais procuradas pelos hóspedes?
Ocupamo-nos e preocupamo-nos muito com o acompanhamento integral do nosso hóspede, começando ainda antes do check-in, no ato da reserva – tentando antecipar uma série de preferências e outras informações que nos ajudem a melhor receber – até ao dia do check-out. Assumimos isto de uma forma intensa e não de uma forma light. Professamos verdadeiramente uma proximidade ao nosso hóspede, daí a taxa de retorno (subentenda-se, igualmente, sucesso) ser tão elevada. Tratamos, efetivamente, os nossos hóspedes pelo nome! Temos uma série de serviços e de mais-valias que um hotel com a nossa dimensão, normalmente, não tem. De referir que os nossos visitantes procuram uma verdadeira experiência lisboeta. Procuram as atividades tradicionais, tais como o elétrico 28 (com uma paragem mesmo junto ao hotel), os passeios pelo Bairro Alto, Alfama, Belém, os melhores museus, Cascais e Sintra, e até Fátima e Óbidos. De destacar que a procura de experiências gastronómicas e vínicas está cada vez mais no top-of-mind dos nossos turistas.
De que países recebem mais turistas?
Dos mercados emissores tradicionais. Reconhecemos também a importância crescente do mercado brasileiro.
De que vêm à procura os turistas quando escolhem o Bairro Alto Hotel?
Procuram um hotel com um excelente serviço. Com a localização perfeita para um city break de curta ou média duração. Procuram uma unidade onde possam sentir o pulsar da cidade de perto e ter verdadeiramente todo o conforto de um serviço de excelência, com um pouco de informalidade e alguma irreverência – no sentido de fazer coisas diferentes.
O que podemos esperar do vosso novo restaurante Flores do Bairro?
Eu sinto que o Flores do Bairro é o restaurante onde gosto de jantar com os amigos. O “antigo” Restaurante Flores estava demasiadamente formal. A carta era ótima e os sabores eram muito elogiados, mas o restaurante estaria algo desfasado da nossa realidade e mais orientado para os hóspedes. Agora, com o renovado Flores do Bairro, apontamos ao público local, aos lisboetas, mas sem esquecermos as opções e iguarias de outras áreas do globo, que preparámos a pensar nos nossos hóspedes internacionais. Estes sentem que ganharam um restaurante “local”, com mais vida, dentro do hotel, com sabores portugueses e com uma temática muito moderna. A carta tem mais de 20 entradas para partilhar, desde o melhor Pata Negra até aos peixinhos da horta, passando pelas pataniscas de bacalhau, etc.
O restaurante está totalmente diferente, em conceito e também na sua decoração.
A grande ligação do Bairro Alto Hotel à arte, à cultura e às novas tendências, nomeadamente com a inauguração do Chiado Underscore_Espaço Bairro Alto Hotel, é uma forma de a unidade chegar ao público mais jovem?
É, essencialmente, a forma de nos associarmos e apoiarmos a cultura e a arte, e de promovermos os artistas mais jovens do nosso país, que são quem mais precisa. Por todo o conceito do hotel e pela sua própria localização, esta associação com a cultura é um passo natural.
A vossa ligação à Leading Hotels of the World é essencial? O que é que ela representa em termos de reservas?
Estar aliado a um conceito de hotelaria de primeira linha foi a associação lógica com que o Bairro Alto Hotel foi concebido desde a fase inicial, quando ainda estava em “papel”, ou seja, quando ainda era um projeto. O hotel foi sempre pensado para poder servir o viajante mais exigente e a sua matriz é o resultado desta união a uma das melhores marcas mundiais de hotelaria de luxo.
Que balanço faz da sua experiência enquanto diretor-geral desta unidade? Que histórias engraçadas pode partilhar com os nossos leitores?
A caminhar para o meu terceiro ano no Bairro Alto Hotel, sinto que consegui manter o DNA da empresa, que estava muito bem formatado. E em muitos aspetos, consegui, com uma excelente equipa e com o apoio (sempre) total da minha administração, reverter algumas situações e secções mais inertes e não tão preparadas para as exigências de uma atividade em tamanha mutação como a hotelaria e com uma concorrência cada vez mais feroz e bem apetrechada. Sentimos que estamos algo mais fortes e melhor preparados, para uma gestão de pormenor. Temos sempre muitas histórias para contar, umas mais embaraçosas e muitas delas engraçadas, mas o voto de discrição e seriedade a que somos obrigados na hotelaria, impede-me de comentar em pormenor.
Os constantes prémios e distinções que têm recebido são um orgulho ou, por outro lado, um incentivo para continuarem a fazer sempre mais e melhor?
São as duas coisas! Nós não trabalhamos a pensar nos prémios, mas sentimo-nos orgulhosos quando os recebemos, pois são o reconhecimento do nosso trabalho e um incentivo para continuarmos a fazer sempre mais e melhor.
Na sua opinião, as redes sociais e a Internet são um meio privilegiado para promover as empresas ligadas ao Turismo?
As redes sociais e a Internet são um meio privilegiado para promover qualquer negócio hoje em dia, e as empresas ligadas ao turismo não são exceção. Nós vendemos emoções e apelamos a um público aspiracional, por isso as redes sociais são um ótimo veículo de promoção, pois temos a possibilidade de estar em contacto direto com o nosso público ou potenciais clientes. Vendemos sonhos e a possibilidade de publicarmos imagens que fazem as pessoas sonhar é uma excelente forma de promover as empresas ligadas ao turismo.
O que podemos esperar, no futuro, deste hotel?
Continuaremos sempre a tentar inovar e a surpreender os nossos hóspedes e clientes, e a tentar superar as expectativas que as pessoas têm em relação a nós, que são altas. Continuaremos, sempre, a tentar ter uma relação muito próxima com a comunidade local, que para nós é tão importante como os nossos hóspedes. Somos de opinião de que o hotel é de todos, é uma unidade em Lisboa, para a cidade e para todos os lisboetas. O Bairro Alto Hotel sempre abordou a hotelaria de uma forma menos tradicional e é assim que pretendemos continuar… por muitos e bons anos!
Se tivesse que descrever o hotel numa só palavra, o que diria?
Charme!
Muitos são os que afirmam que existem hotéis a mais em Lisboa. Concorda com esta afirmação?
Começa a ser assustador o ritmo a que proliferam os novos projetos hoteleiros da cidade. Há algumas décadas atrás, todos os empresários abriam um restaurante. Hoje há um hotel em cada quarteirão. Penso que Lisboa tem ainda lugar para projetos distintos, mas muitos dos hotéis que hoje abrem portas não se caracterizam por elementos verdadeiramente diferenciadores… vão apenas ser mais “números” e criar alguma confusão e uma guerra de preços – a que já assistimos –, visto que não existe uma verdadeira concertação ao nível institucional e privado para dinamizar o setor e atrair novos mercados e mais turistas.