MEMÓRIAS DE OUTROS TEMPOS
No local onde outrora se ergueu o emblemático e histórico edifício do Palácio das Cardosas, surgiu um hotel de luxo, com muito charme. Para além de se afirmar como um importante pólo de atracção de turismo, o InterContinental Porto Palácio das Cardosas assume-se como um elemento preponderante no processo de reabilitação e requalificação da Baixa portuense. Rume até à Cidade Invicta e descubra esta unidade.
O Mosteiro dos Lóios pertenceu inicialmente aos cónegos seculares de S. João Evangelista, uma ordem detentora de riquíssimas alfaias de ouro e de prata. O convento primitivo foi edificado junto à Muralha Fernandina, no século XV, por ordem do bispo D. João de Azevedo, que decidiu fundar no Porto um convento para os cónegos de S. João Evangelista.
Nos finais do século XVIII, o convento atingia um estado de degradação que exigia uma reforma urgente. Assim, os religiosos resolveram iniciar as obras, onde se incluía o levantamento de uma nova fachada que ficaria voltada para o actual Passeio das Cardosas. Em 1798 tiveram início as obras da nova fachada.
Mas as convulsões do princípio do século XIX e a entrada de D. Pedro IV no Exército Libertador, no Porto, ditaram a fuga da ordem religiosa que apoiava D. Miguel e o consequente abandono do convento e das respectivas obras.
Com a extinção da ordem, o mosteiro foi vendido em hasta pública e comprado por Manuel Cardoso dos Santos, um burguês abastado com fortuna feita no Brasil, que se comprometeu a terminar as obras da frontaria. Passado pouco tempo, o burguês faleceu e os seus bens passaram para a sua mulher e as suas três filhas, conhecidas como as Cardosas, razão pela qual o edifício passou a ser popularmente conhecido como “O Palácio das Cardosas”.