“UM DOS HOTÉIS MAIS CLÁSSICOS DE MACAU”
Com um percurso profissional muito ligado à Four Seasons, Gonçalo Monteiro, diretor de Comidas e Bebidas do homónimo hotel em Macau, acredita que é necessário criar uma “cultura de sucesso”, onde as pessoas “querem aprender”, querem fazer mais e melhor. Desempenhando um cargo “cheio de desafios”, Gonçalo Monteiro acredita que, numa cadeia como a Four Seasons ,quem quiser estudar e estiver preparado, chega “longe”.
Qual foi o seu percurso profissional até aqui?
Comecei por fazer um curso de Gestão Hoteleira. Na altura existiam apenas duas universidades em Portugal, uma no Porto, outra em Lisboa. Infelizmente, a escola do Estoril ainda não estava aberta. Então, optei pela Universidade Internacional, que entretanto já encerrou. Fiz primeiro o bacharelato e depois a licenciatura, de cinco anos. No intervalo, estive em Paris, na Disney, durante seis meses, na área de receção, mas não gostei muito e voltei para Portugal. Acabei a licenciatura ao mesmo tempo que comecei a trabalhar no Hotel Ritz, como estagiário. O meu percurso passa, quase todo, por esta unidade hoteleira. Passado um ano e meio, o hotel passou a Ritz Four Seasons, onde permaneci até 2004. Saí para fazer a abertura do Cascais Miragem, estive lá um ano. Voltei ao Ritz Four Seasons e fiquei por mais cinco anos. Fiz um pouco de tudo: restaurante, room service, catering, assistente de Comidas e Bebidas e, depois, diretor da mesma área. Em 2010, ao fim de 13 anos no Ritz, achei que estava na altura de ir para fora, pelo que decidi desafiar a minha mulher e o resto da família a sair do país. Em setembro do mesmo ano, viemos todos para Macau, onde estou a desempenhar as funções de diretor de Comidas e Bebidas no Four Seasons de Macau.
Como descreve o Four Seasons de Macau? Qual o seu conceito?
É um dos hotéis mais clássicos de da região, isto porque as unidades hoteleiras de cá são todas muito espalhafatosas. O nosso hotel é muito clássico e podia estar em qualquer parte do mundo. É muito português e tem uma traça muito colonial. É uma unidade que, para os padrões europeus, é grande, tem 360 quartos. Temos quatro restaurantes: um chinês, tipicamente cantonense, com duas estrelas Michelin, que é a “menina dos nossos olhos”; um lounge, também sala de chá, que serve comida asiática e é muito informal; um buffet, para pequenos-almoços, almoços e jantares, com disponibilidade para 170 pessoas, que assegura a maior parte das refeições; finalmente, o restaurant da piscina, aberto apenas oito meses por ano, funciona muito bem. A zona das piscinas é muito bonita e, note-se, disponibiliza cinco piscinas, embora, infelizmente, grande parte da clientela chinesa não aprecie muito. Além disto temos um pequeno bar. (…)