Revista FRONTLINE – Entrevista Philip Carruthers
“O NOME COPACABANA PALACE É RECONHECIDO EM TODO O MUNDO”
Philip Carruthers é o rosto de uma das unidades mais conhecidas e apreciadas de todo o mundo, o “icónico” Hotel Copacabana Palace, membro da Orient-Express. Apostando numa cultura de proximidade com os clientes, onde o “calor humano” é muito valorizado, Philip Carruthers defende que “a forte cultura de bom atendimento” é o que melhor diferencia o hotel. Orgulhoso do seu trabalho e da posição alcançada pela unidade, quer no grupo Orient-Express quer no panorama nacional e internacional, afirma que se sente realizado “pessoal e profissionalmente”.
Como define o Hotel Copacabana Palace?
Para conhecer bem o hotel é preciso entender bem a sua história e situá-la no contexto da história do Rio de Janeiro. Esta unidade é icónica por várias razões, mas a principal é o facto de manter uma forte ligação com a sociedade brasileira e carioca, que tem a ver com a sua própria origem, na última década de 20. Em primeiro lugar, a unidade foi construída por uma das famílias mais aristocráticas brasileiras, a família Guinle, responsável por muitos dos prédios famosos que existem hoje no Rio de Janeiro. Historicamente, a unidade teve também um papel muito importante no que toca ao desenvolvimento do bairro de Copacabana, transformando-o num bairro de sonho. A praia de Copacabana passou a ser associada ao Copacabana Palace e tal facto conduziu ao hotel uma riqueza de personagens e de celebridades. Para além disto, todos os eventos importantes tinham também lugar aqui. A própria piscina, frequentada pela sociedade local e pelas celebridades, fez história. É isto que define o Copacabana Palace.
O que distingue este hotel das outras unidades de cinco estrelas existentes no Rio de Janeiro?
Na verdade nós somos um capítulo à parte, exatamente por este histórico diferenciado. O próprio prédio, pela sua configuração e tamanho, distingue-se dos demais.
Destaca algum período mais conturbado na história do Copacabana Palace?
Houve uma altura, por volta da década de 70, em que o hotel começou a perder a sua competitividade no mercado, porque era muito grande mas tinha poucos quartos, era desfasado. Para além disso faltava-lhe também investimento a nível tecnológico. Perante este cenário, os proprietaries pensaram em mandar demolir o prédio. Foi daqui que resultou a venda para a Orient-Express, sendo que hoje somos um dos hotéis mais rentáveis dentro do grupo.(…)