Óscar Gaspar é o actual secretário de Estado da Saúde. Concluiu a licenciatura em Economia na Faculdade de Economia (FEP) da Universidade do Porto, em 1992, com média final de 16 valores. Recebeu o Prémio do Banco de Portugal para o melhor aluno de Economia da Região Norte, no curso 1987-1992, e o Prémio Engenheiro António Almeida, para o melhor aluno de Economia da FEP, do seu curso. Entre 2005 e 2009, desempenhou as funções de assessor económico do primeiro-ministro. Foi docente de Finanças Públicas e de Economia na Universidade de Aveiro e monitor de Política Financeira na FEP. Óscar Gaspar acerta agora contas na Saúde.
Quem é o secretário de Estado da Saúde?
Essa é uma pergunta muito difícil de responder… Acredito que os cargos são marcados pela personalidade das pessoas que os desempenham e tento desempenhar o meu com seriedade, humildade e espírito de serviço.
Como surgiu o convite para a Secretaria de Estado da Saúde?
Todos os convites para secretário de Estado têm uma história diferente. Não há qualquer candidatura e, por isso, depende apenas da confiança directa do ministro que convida. Recebi o convite da ministra da Saúde e, atendendo às funções que diziam respeito a essa secretaria de Estado, aceitei com gosto. É um privilégio, para mim, poder dar o meu contributo na área da Saúde. Esta área tem sido organizada, há já alguns anos, com duas secretarias de Estado: uma que se encarrega das políticas de saúde propriamente ditas e uma outra que diz respeito mais especificamente à sustentabilidade do Serviço Nacional de Saúde (SNS).
Daí a próxima questão: qual é a função de um homem de economia/finanças na área da Saúde?
Um dos secretários de Estado da Saúde é, por norma, da área da Economia, mas obviamente que tem de conhecer os meandros do Ministério da Saúde. Cada ministério é diferente, mas o SNS recebe, por ano, mais de 8 milhões de euros do Orçamento do Estado. Portanto, em termos de orgânica do Governo e do Ministério da Saúde, justifica-se que alguém tenha uma preocupação directa com a gestão do SNS. É dos livros que o que interessa a cada um de nós, enquanto cidadãos, é a saúde e as condições de vida mas, em termos institucionais, é igualmente relevante o conceito de sistema, tudo aquilo que tem de estar organizado para prevenir e curar. A este propósito, lembro que um famoso economista, Michael Porter, dizia que a investigação clínica tinha evoluído muito mais rapidamente do que a capacidade de gestão. Pois é tempo de, em Portugal, alterarmos esta situação. (…)