MARIA DE LURDES RODRIGUES

ELEVAR PADRÕES DE QUALIDADE E DE RESPONSABILIZAÇÃO

 

Maria de Lurdes Rodrigues é, sem dúvida, uma das ministras que mais marcou o XVII Governo Constitucional. Determinada e corajosa para uns, inflexível e teimosa para outros, é um dos rostos incontornáveis da presente legislatura. Em ano de eleições é criticada, à esquerda e à direita, por políticas que, afinal, ambas defenderam e nunca concretizaram. Igualdade de oportunidades, mais apoio social às famílias, uma escola aberta à comunidade, Inglês no 1.º ciclo, o regresso do director e o reforço da autoridade nas escolas foram algumas das reformas que concretizou, sem olhar à esquerda ou à direita. Independente, sem cartão de militante, a ministra da Educação diz que se regeu sempre pelo objectivo de um melhor serviço público de educação e por uma escola pública próxima dos níveis europeus. Admite que muitas vezes quis fazer muito e depressa. Talvez por isso tivesse as maiores manifestações de sempre à porta do seu ministério. Transformou a Avenida 5 de Outubro num campo de polémicas, mas, apesar dos avanços e recuos próprios da negociação política, nunca capitulou. Torna-se, assim, uma das poucas governantes que, nesta pasta, cumpre o mandato até ao fim, sendo a que mais tempo esteve à frente da Educação nos últimos 35 anos. Ao longo destes quatro anos, criou novas sinergias com novos actores e mudou a cara das escolas: o quadro interactivo e os computadores estão, progressivamente, a substituir o velho quadro preto e o giz.  Contra ventos e marés, Maria de Lurdes Rodrigues tem mantido o rumo e,  em conversa com a FRONTLINE, faz um balanço das medidas mais emblemáticas da sua acção governativa.    

 

Na recta final do mandato, o Ministério da Educação (ME) tem pronto um “A a Z da Educação”, onde passa em revista as principais reformas desenvolvidas nesta legislatura. Qual é o objectivo desta publicação?

Tem o duplo objectivo de prestar contas do trabalho efectuado e dar a conhecer, de forma concisa, o conjunto de medidas e políticas de valorização do serviço público de educação. Foram quatro anos de intensa actividade legislativa, e é importante dar uma visão global da estratégia e dos objectivos fundamentais que orientaram o trabalho realizado. Hoje há mais e melhores escolas, há mais alunos em todos os níveis de ensino e há melhores resultados escolares. A escola pública está mais atractiva e com mais oferta.

 

Quando aceitou a pasta da Educação, qual foi a grande meta que traçou para o mandato?

O nosso trabalho permaneceu fiel aos objectivos do programa de Governo: aumentar os níveis de formação e de qualificação da popula­ção portuguesa, concretizar uma política integrada de valoriza­ção da escola pública, colocando-a ao serviço dos alunos e das suas famílias, e procurar reduzir as desigualdades no acesso à formação e ao conhecimento. Isto implicou intervir em vários planos e com objectivos muito concretos, como, por exemplo, promover o sucesso educativo, pondo as escolas ao serviço das aprendizagens dos alunos; modernizá-las, criando melhores condições de tra­balho a professores e alunos; enraizar a cultura e a prática de responsabilização, de avalia­ção e de prestação de contas a todo o sistema de ensino e abrir a escola ao exterior.(…)