“QUER NA INOVAÇÃO, QUER NA ENERGIA, ESTAMOS A CONCRETIZAR UMA VISÃO FORTE E COM HORIZONTE ALARGADO”
Doutorado em Gestão, Carlos Zorrinho é actualmente o secretário de Estado da Energia e Inovação. Certo de que, neste sector nada aconteceu, acontece ou acontecerá por acaso, acredita que temos determinação política, competências muito fortes disseminadas por múltiplos centros de investigação e desenvolvimento, bem como uma rede de empresas robusta, internacionalizada e tecnologicamente evoluída. Na sua opinião, estes são os pilares do sucesso recente de Portugal nos domínios da inovação e da energia. Juntamente com a sua equipa, tudo fará para que o nosso país continue empenhado em se afirmar como um dos melhores a nível de Energia e Inovação.
Que balanço faz enquanto secretário de Estado da Energia e Inovação (ainda que recente)?
Tem sido uma experiência fascinante. A energia em geral e, em particular, as energias renováveis e a eficiência energética são excelentes exemplos de sectores económicos modernos e virados para o futuro, em que Portugal, através duma cooperação forte e consistente entre as políticas públicas e os agentes privados, conseguiu assumir uma posição consolidada e reconhecida entre os líderes à escala europeia e global.
Ainda é cedo para fazer balanços de resultados. Já adquiri contudo uma vivência suficiente para saber que nada aconteceu, acontece ou acontecerá por acaso neste sector. Temos uma visão partilhada, determinação política, competências muito fortes disseminadas por múltiplos centros de Investigação e Desenvolvimento e uma rede de empresas robusta, internacionalizada e tecnologicamente evoluída. Estes são os pilares do sucesso recente de Portugal nos domínios da inovação e da energia. Com a minha equipa, tudo farei para os reforçar.
A acção da Secretaria de Estado tem sido a de valorizar as vantagens competitivas já adquiridas ou possíveis de adquirir pelo nosso país no domínio alargado da energia, da informação e das tecnologias limpas, prosseguindo políticas focadas na solução dos problemas e na definição de quadros de acção facilitadores e promotores do interesse geral, promovendo com isso investimento modernizador e emprego qualificado.
Estas linhas de acção encaixam de forma perfeita na minha missão mais alargada de dinamizar a inovação e coordenar o Plano Tecnológico e a participação de Portugal na concretização da Estratégia Europeia para o Crescimento e o Emprego (Estratégia de Lisboa, actualmente em processo de redefinição).
Esta é uma área que já o sensibilizava anteriormente?
Desde que, em 2005, assumi a Coordenação Nacional da Estratégia de Lisboa e do Plano Tecnológico que a inovação e a energia passaram a estar no centro da minha acção política. Antes disso, no plano académico e como especialista em gestão da informação e sistemas complexos, as relações entre informação e energia foram uma das minhas paixões de investigação e ensino. Sendo primeiro que tudo um académico, ainda que com grande gosto e disponibilidade para o serviço público, é a esses domínios de investigação que espero regressar após cumprir a missão política que me foi solicitada.
Gostaria ainda de realçar que muitas das medidas do Plano Tecnológico se baseiam numa forte conexão entre inovação tecnológica e novos modelos de produção, distribuição e consumo de energia. Também a Estratégia de Lisboa, em particular após a revisão de que foi alvo durante a presidência portuguesa, passou a ter um foco particular nas alterações climáticas e, por consequência, na energia.
Estava de facto sensibilizado para a importância estratégica desta área, mas confesso que agora que a vou conhecendo melhor, não deixo de me surpreender continuamente com a sua importância e potencial, que são cada vez maiores e mais desafiantes para as sociedades modernas. (…)