OBJECTIVOS TRAÇADOS
António Mendonça, de 55 anos vive actualmente a sua primeira experiência governativa. Com uma carreira universitária já bastante consolidada – é desde Maio deste ano professor associado do departamento de Economia do ISEG – tem como principais interesses académicos a teoria da economia, a economia internacional e a economia financeira internacional. O ministro é ainda do CEDIN – Centro de Estudos de Economia Europeia e Internacional do ISEG e coordenador científico do mestrado e do curso de Pós-graduação em Estudos Europeus. António Mendonça tem também uma vasta experiência universitária no exterior, tendo sido professor convidado da Faculdade de Direito, de Economia e Gestão da Universidade de Orléans, em França, da Universidade Federal Fluminense e da Universidade Federal da Paraíba, no Brasil. Embora afirme que é ainda muito cedo para falar sobre esta nova experiência o ministro assegura que tem sido uma experiência “muito interessante”, da qual tem resultado enriquecimento pessoal.
É um estreante na governação. Como é que está a decorrer a experiência?
Ainda é muito cedo para dar uma resposta efectiva a essa questão. Tenho por hábito fazer avaliações em função dos objectivos que traço e dos resultados que alcanço e, como é fácil de compreender, no nosso campo de intervenção, o tempo de realização não é uma variável que esteja inteiramente na nossa dependência. Muito pelo contrário. Há projectos que são importantíssimos e que se têm deparado com obstáculos, com consequências negativas imediatas, em termos de emprego, de custos para as empresas e de retoma económica. Os efeitos negativos fazem-se igualmente sentir, a nível estrutural, com o atraso de construção de infra-estruturas que são indispensáveis para a melhoria das acessibilidades de regiões do País, da qualidade de vida das populações e para a competitividade geral das actividades económicas. Também não se pode negligenciar as externalidades negativas que isto provoca sobre o clima geral económico, os custos de financiamento, etc. Estou a referir-me, em concreto, às concessões rodoviárias e às dificuldades com o Tribunal de Contas. Mas há outros projectos que estão a andar bem, como é o caso da alta velocidade ferroviária, do desenvolvimento dos portos, das redes de nova geração e, mais recentemente, do novo aeroporto, cujo projecto sofreu recentemente um impulso com a conclusão do Estudo de Impacto Ambiental. Se somarmos a isto, que é mais visível, tudo aquilo que está ser feito de forma menos visível mas não menos importante, no domínio da racionalidade, da “governance” e da preparação de novos projectos, particularmente no domínio dos transportes, podemos dizer que as coisas estão em marcha e que o balanço destes quase cinco meses é bastante positivo. A este respeito, não quero deixar de salientar a importância de que se reveste a conclusão do Plano Estratégico de Transportes, que irá permitir dar um novo enquadramento e uma nova racionalidade a tudo o que está a ser feito e projectado no domínio do planeamento do sistema de transportes e da sua articulação com o desenvolvimento económico do País. Num plano mais pessoal, posso dizer que a experiência tem sido muito interessante, tem-me colocado em patamares de exigência técnica, física e mental muito elevados e, naturalmente, que daqui resulta enriquecimento pessoal que me é muito gratificante.