OPORTUNIDADE DE MODERNIZAÇÃO.A actual ministra do Ambiente e do Ordenamento do Território está ligada à área do Ambiente desde a década de 70. Licenciada em Engenharia Química com especialização em Engenharia Sanitária, Dulce Pássaro foi uma das defensoras do método de co-incineração de resíduos industriais perigosos em cimenteiras. Desde 2003 que ocupava as funções de vogal do Conselho Directivo do Instituto Regulador de Águas e Resíduos e foi presidente do Instituto dos Resíduos nos três anos anteriores.A ministra entrou para a Direcção Geral dos Recursos e Aproveitamentos Hidráulicos, onde esteve à frente do controlo das descargas de águas residuais industriais em 1977. Passou ainda pela Direcção Geral da Qualidade do Ambiente, onde trabalhou na legislação comunitária na área do combate à poluição marítima e no controlo das substâncias perigosas no meio aquático. Integrou o grupo de trabalho nomeado para a elaboração da primeira lei nacional da qualidade da água. Passou depois pelo sector dos resíduos em 1990 e ocupou vários cargos nesta área da Administração Pública até assumir, em 2000, as funções de presidente do Instituto dos Resíduos.
É licenciada em Engenharia Química. Passou pelo Instituto dos Resíduos e foi vogal do Conselho Directivo do Instituto Regulador de Águas e Resíduos (IRAR). A carreira política sempre foi uma ambição?
Tive a sorte de ter podido desenvolver actividade profissional numa área – o ambiente – num contexto de grande motivação, sobretudo criado pela adesão de Portugal à Comunidade Europeia. Em 1986, quando aderimos, já tinha cerca de 10 anos de experiência no domínio do controlo da poluição no meio hídrico e percebi que muitos e interessantes desafios se colocariam aos técnicos ligados aos temas do ambiente.Assumi sempre a minha carreira profissional com empenho e espírito construtivo, mas também me foram criadas oportunidades de crescimento.O desempenho de funções políticas não era uma inevitabilidade, mas reconheço que o meu percurso na Administração Pública onde assumi funções técnicas, de chefe de divisão, de directora de serviços, de presidente do Instituto dos Resíduos e, nos últimos sete anos, de membro do Conselho Directivo do regulador dos serviços de águas e resíduos, me permitiu reunir o conhecimento, a ponderação e sensibilidade necessários ao exercício de um cargo político.
Quais são os principais desafios na função que exerce?
O desenvolvimento da política de ambiente atravessa todas as áreas da governação e é articulado com a legislação comunitária. Isto significa que já não estamos no tempo em que o ambiente se tenha que afirmar no nosso país. Na verdade, é hoje assumido que o cumprimento dos requisitos ambientais nos vários sectores de actividade representa não um constrangimento mas uma oportunidade de modernização. É, no entanto, fundamental ter em conta que a implementação das acções e medidas que visam a protecção do ambiente tem que ser compatível com a sustentabilidade económica e social das organizações, para que todos nos sintamos motivados para contribuir para essa protecção (…)