Portugal está entre os países da Europa com uma prevalência de infeções hospitalares mais elevada: os dados apontam para 10,5% quando a média dos países europeus é de 5,7%. Tendo em consideração estes dados, um grupo de 12 hospitais portugueses vai integrar um projeto da Fundação Calouste Gulbenkian que estima reduzir para metade estes valores no período de três anos.
Depois de uma operação, os doentes ficam internados, em média, pouco mais do que sete dias nos hospitais públicos. Contudo, quando surge uma infeção hospitalar, o prazo resvala para mais de 36 dias. Portugal está entre os países da Europa com uma prevalência de infeções hospitalares mais elevada, e tendo em consideração estes dados, um grupo de 12 hospitais portugueses vai integrar um projeto da Fundação Calouste Gulbenkian que estima reduzir para metade estes valores no período de três anos. O projeto “STOP Infeção Hospitalar!”, realizado em parceria com o Ministério da Saúde e o Institute for Healthcare Improvement, dos Estados Unidos, recebeu 30 candidaturas e selecionou 12 unidades. A ideia é dar resposta a um dos três desafios que a Gulbenkian traçou em setembro para Portugal, aquando da apresentação do relatório “Um Futuro para a Saúde – todos temos um papel a desempenhar”. O projeto STOP terá como objetivo complementar o programa português já existente no terreno e definido como prioritário pela Direção-Geral da Saúde. Por isso mesmo, a lista de 12 hospitais conta com unidades que já estão nesta dinâmica do programa nacional. A ideia é melhorar dados de várias infeções, como as associadas aos cateteres e outros tubos colocados nos doentes, de que as algálias são exemplo, assim como reduzir as pneumonias e infeções nas suturas.
Nesta fase, integram o projeto os centros hospitalares de Lisboa Central, Alto Ave, Barreiro-Montijo, São João, Cova da Beira, Lisboa Norte, Instituto Português de Oncologia do Porto, unidades locais de saúde de Matosinhos, do Nordeste e do Baixo Alentejo, Hospital de Braga e Serviço de Saúde da Região Autónoma da Madeira (Hospital Nélio Mendonça). De referir que o programa abrange as unidades de cuidados intensivos, mas também as enfermarias de medicina e cirúrgicas – onde a gravidade e idade dos doentes é um fator de risco. Vão ser envolvidos mais de 100 profissionais, com 12 equipas de nove pessoas por cada hospital mais um elemento-chave que fará a ponte entre o hospital e a coordenação do projeto.