NOVO GOVERNO

O “ONZE” DE PASSOS COELHO

Um misto de puros políticos e de académicos ligados à gestão e à administração. É assim o novo Governo constituído por Passos Coelho, para liderar Portugal nos próximos quatro anos e aplicar no terreno as medidas impostas pela ajuda externa.

 

Desde que foi indigitado primeiro-ministro, Passos Coelho demorou 48 horas a anunciar o nome daqueles que o irão acompanhar na árdua tarefa que tem pela frente. A pasta das Finanças, tão crucial neste momento, foi a mais difícil e, alegadamente, o primeiro-ministro viu-se a braços com uma escolha complicada depois de Vítor Bento ter recusado o lugar. No rol de negas, também Eduardo Catroga não aceitou ficar à frente da Economia, nem Sevinate Pinto terá aceitado o convite de Paulo Portas para assumir os destinos da Agricultura. Vítor Gaspar, gestor da equipa de conselheiros de Durão Barroso, acabou por ser o eleito para número dois do Governo, ficando com a pesada cruz das Finanças.
O académico Álvaro Santos Pereira fica à frente do superministério da Economia e Emprego, onde estarão também as Obras Públicas. E na Agricultura, a escolha acabou por recair em Assunção Cristas, deputada do CDS e um trunfo que Portas sempre tem elogiado. Na coligação PSD/CDS, o onze ministerial acabou por ser distribuído em três pastas para os centristas (Agricultura, Negócios Estrangeiros e Segurança Social) e seis para o PSD. No total, o Governo conta com quatro independentes e sete membros dos parceiros de coligação. Vamos conhecer um a um, os homens e mulheres que nos vão conduzir nos próximos quatro anos.

 

O número dois do Governo

Vítor Gaspar vai assumir o Ministério de Estado e das Finanças. Ao contrário do que se poderia pensar, não será Paulo Portas, líder do segundo partido da coligação, a assumir o lugar de número dois do Governo, mas sim Vítor Gaspar, o que revela a grande importância deste ministro na nova orgânica. O gestor da equipa de conselheiros de Durão Barroso vai ter a seu cargo a difícil tarefa de ser o elo de ligação com as instâncias europeias, entre elas a Comissão Europeia. “Menos Estado, melhor Estado” é a grande máxima do homem que terá que ter como prioridade a redução do défice público no curto prazo. Primo direito do líder do Bloco de Esquerda, Francisco Louçã, espera-se com expectativa os debates entre duas visões tão diferentes da economia.