“ESTÁ NA HORA DE ANGOLA SE DAR A CONHECER AO MUNDO E DE O MUNDO CONHECER ANGOLA”
À semelhança da Expo Japão (2006), da Expo Saragoza (2008) e da Expo Shanghai (2010), a Expo 2012 Yeosu, na Coreia do Sul, conta igualmente com a assinatura e supervisão geral de Albina Assis Africano, como comissária-geral do Pavilhão de Angola. Mulher profundamente culta, perfecionista e líder, foi a primeira a estar à frente da direção da Sonangol e também a primeira mulher ministra dos Petróleos de Angola. Do seu currículo fazem ainda parte os cargos de ministra da Indústria e assessora especial e conselheira nacional do Presidente da República de Angola, José Eduardo dos Santos. Defensora convicta dos Direitos Humanos, em particular dos Direitos das Mulheres e das Crianças, Albina Assis Africano conquista tudo e todos, pela sua simpatia, generosidade e simplicidade invulgar.Em jeito de graça e cumplicidade, os amigos gostam de a apelidar “a senhora comissária”, pelo profissionalismo, dedicação e semanas passadas longe de casa, dos amigos e do país.
Como é organizar uma EXPO?
É um grande desafio e, simultaneamente, um grande estímulo. Não podemos esquecer que o Pavilhão de Angola representa o próprio país. Se fizermos um mau trabalho, inevitavelmente refletir-se-á na opinião pública. Logo não é tarefa fácil.
E porquê essa aposta nas exposições mundiais?
As exposições mundiais são uma oportunidade única de promoção turística, cultural, económica e financeira. O mundo reunido num só local, através de altos representantes. Há envolvimento a nível de embaixadas, de ministérios, de associações comerciais e demais organizações ou instituições. Trata-se de um investimento público com retorno e visibilidade internacional. Está na hora de Angola se dar a conhecer ao mundo e de o mundo conhecer Angola.
Está a valer a pena esse investimento?
Sim, sem dúvida. Estamos todos bastante satisfeitos. Um dos nossos principais objetivos é dar a conhecer a nova Angola a investidores chineses, nesta parte da Ásia (Coreia, Japão). Somos um país com 10 anos de paz, uma economia crescente e estável e dispomos de muitas mais potencialidades do que as comummente conhecidas (o petróleo e os diamantes).
A que outras potencialidades se refere?
Como já é sabido, o nosso subsolo é riquíssimo, por isso, a agricultura é uma boa aposta. Também o desenvolvimento da Indústria, do setor das Pescas e até mesmo do Turismo. Somos um país abençoado, repleto de potencialidades. Neste momento são precisos projetos de desenvolvimento, investidores com visão e sem receios. Não tenho dúvidas de que Angola é um país com um futuro próspero e compensador.
Essa mensagem está bem patente no Pavilhão de Angola, em Yeosu…
Sim, está! Foi uma aposta consciente. Quisemos dividir a temática central do pavilhão em duas partes, respeitando o lema oficial da Expo: as Pessoas e o Oceano. A fachada e o logótipo do nosso pavilhão são a imagem desta mensagem: um cardume de peixes coloridos que representam a vida da costa angolana, e as caudas dos peixes são pessoas com os braços erguidos. Uma analogia e uma perfeita simbiose entre o mar e o povo. No interior, exibimos pequenos documentários da costa angolana, pessoas com atividade profissional ligada ao mar e à sua proteção (zona do pre-show). Depois, os nossos visitantes são convidados a assistir a um filme sobre a cultura, a beleza, a fauna e flora da costa angolana (main-show). Esta aposta no audiovisual e na tecnologia interativa é um exemplo claro do progresso de Angola, do acompanhamento técnico e científico do povo angolano.
Mas também podemos encontrar uma forte componente tradicional dentro do pavilhão…
Claro que sim! Angola é cada vez mais tradicional e moderna. Nunca poderemos esquecer as raízes angolanas, as tradições e hábitos culturais. Daí termos uma galeria de arte com trabalhos de pintura, escultura e fotografias de artistas angolanos, uma loja de lembranças com artigos tipicamente angolanos e depois a parte musical e a gastronomia. (…)